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  • Diego Hypolito estreia em Moscou cercado de pressões



    A obsessão pela Olimpíada e a necessidade do país de apresentar resultados devolvem Diego Hypolito à Copa do Mundo de ginástica artística. Na próxima madrugada, o principal ginasta do Brasil estará de volta ao torneio do qual revelou à Folha de S.Paulo, no último mês, ter a intenção de se afastar, por dizer que ele prejudica seus treinos e a preparação para o Mundial de outubro.

    "No caso do Diego, as Copas atrapalham um pouco, pois, em vez de seis aparelhos, ele tem que treinar só dois [solo e salto], fora a questão da viagem e do fuso horário", explica Renato Araújo, técnico do atleta e também da seleção masculina.

    A presença do bicampeão mundial na etapa de Moscou, onde o Brasil terá sete ginastas, está ligada à pressão velada de corresponder ao patrocinador, no caso a Caixa Econômica Federal, e ao objetivo de se testar.

    "Digamos que é um mal necessário ele participar agora. Tem o lado do patrocínio, de mostrar resultado. Mas também tem o lado pessoal, pois ele precisa colocar as séries em prática nas mais variadas situações para se preparar bem para a Olimpíada", afirma o técnico.

    Pelo menos três fatores motivam Diego a atuar na Copa em Moscou. Primeiro, ele tenta subir no ranking mundial de solo -é o terceiro colocado.

    Segundo, além de o atleta querer mostrar serviço à Caixa, o banco estatal acaba de renovar com a confederação de ginástica (CBG), que receberá R$ 4 milhões neste ano e já marcou a primeira etapa do circuito nacional para o fim do mês, sob bandeira da Caixa.

    Terceiro, porque, apesar de Caixa e CBG não divulgarem nada que remeta à pressão por resultados, Diego tenta manter sua hegemonia na Copa.

    Isso porque, desde 2004, o atleta paulista é o único no masculino a ter faturado ouro na Copa -tem 18- e, há dois anos, é o único do país a ter triunfado desde que Jade Barbosa venceu no salto, coincidentemente, em Moscou.

    E é no salto que Diego tenta amenizar o fardo de atuar na etapa da Rússia. "Ele fará o solo também, mas testará o salto deste ano. Não deu certo em Paris [ficou em quinto]. Vamos ver agora", afirma Araújo.

    O novo salto faz parte do plano de Diego de chegar ao Mundial tinindo nos seis aparelhos, pois o torneio será a primeira nota de corte para quem almeja ir à Olimpíada de 2012 -em 2008, Diego, especialista no solo, obteve vaga pelo individual geral (soma das seis provas).

    Equipe

    Os outros seis ginastas do país que atuarão em Moscou -Bruna Leal, Priscila Cobello, Ethiene Franco, Arthur Zanetti, Francisco Júnior e Petrix Barbosa- tentam melhorar a nota de partida nos aparelhos. Essa nota define o valor máximo que a série pode alcançar. "A hora de testar e tentar ganhar confiança é agora, antes do Mundial", diz Araújo. As atletas tentam o primeiro pódio do país no feminino no ano da Copa.
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