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  • Post do leitor, por Diego Biólogo

    Excelente texto do leitor ganhador da enquete do Mundial de Tóquio. Os ganhadores não são obrigados a escrever um texto, apenas ganham o direito. Não precisam ficar com medo de escreverem ou de acharem suas opiniões menos importantes que a opinião do blog em si ou das pessoas que comentam e o seguem. Confesso que fico muito feliz e surpreso quando leio textos como esse que vocês terão a oportunidade de ler agora. Agradeço a participação de Diego na enquete e consequentemente na escrita desse texto. Parabéns e continue participando do blog sempre!

    Método de treinamento das seleções brasileiras: qual é a melhor opção?




    Olá Amigos leitores! Primeiramente gostaria de dizer que fiquei super feliz quando descobri que havia ganhado o desafio das apostas do GYM BLOG BRAZIL para o mundial. Como presente que a mim foi dado, recebi a oportunidade de desenvolver um texto sobre um assunto referente à ginástica, o qual apresento agora a vocês, porém gostaria de ressaltar que ESTE TEXTO REPRESENTA APENAS UMA OPINIÃO MINHA, sendo que muitos aqui podem discordar do que vou falar, visto que não sou nenhum especialista, sou apenas um biólogo e entendo mesmo é de sapos..hehe...Resolvi trazer no texto um fato que é de interesse de todos os apaixonados pela ginástica (como eu), mas que ainda traz muitas divergências, principalmente em opiniões: os métodos de treinamento das seleções brasileiras....

    Como todo bom apreciador de ginástica, sabemos que o Brasil teve um grande período de ascensão, que iniciou em 2001 com a medalha de prata de Daniele Hypólito no solo e atingiu seu auge no último ciclo olímpico. Muitos discordam de quem realmente teve influência nestes resultados, sendo que uns dizem que foram os técnicos brasileiros, como a Georgette, que ascenderam o estopim do sucesso da ginástica no Brasil, outros dizem que todo o resultado é mérito do trabalho realizado pela equipe de ucranianos que comandou a seleção feminina de ginástica, chefiada pelo Oleg, nos dois últimos ciclos olímpicos. O fato é que há sim uma diferença entre os métodos de treinamento adotados entre os técnicos brasileiros e os ucranianos.
    O método utilizado pelos técnicos até 2001 era o mesmo utilizado atualmente, onde as ginastas treinavam em clubes espalhados pelo Brasil e reuniam-se na época de competição. Já nos ciclos olímpicos 2004-2008, o método adotado foi o da seleção permanente, concentrando as ginastas em Curitiba no Centro de Excelência. Os melhores resultados acabaram por vir no último ciclo que citei, como o título mundial da Daiane, o 3º lugar da Jade no AA de 2007 e a classificação para a final olímpica por equipes em 2008. O fato é que com o fim do ciclo olímpico de 2008 e a saída do Oleg e o fim da seleção permanente, os resultados não foram mais os mesmos, e é neste ponto que todos lançam suas perguntas em busca de resposta: "POR QUÊ ISTO ACONTECEU"? “QUEM SÃO OS REAIS CULPADOS DISTO”? Eu mesmo já me fiz esta pergunta várias vezes e confesso que fiquei muito triste com os resultados do último mundial, porém muita coisa veio à tona depois do mundial e do pan deste ano, momento o qual escolhi para escrever meu post, principalmente quando fiquei sabendo que está em discussão pela coordenação técnica das seleções a volta das seleções permanentes, fato que acabou gerando grandes discussões até mesmo entre as ginastas, vide o que foi publicado por sites como globo.com e r7.com. É neste ponto que quero discorrer: SERÁ QUE A VOLTA DAS SELEÇÕES PERMANENTES É A RESPOSTA OUA A SOLUÇÃO PARA MELHORES RESULTADOS?

    Vendo alguns vídeos sugeridos pelo pessoal do blog pude ver as histórias contadas por ex-ginastas e funcionários que compunham a extinta seleção permanente e pude ver que os resultados eram obtidos por métodos bem extremistas, tais como treinamentos longos e pesados, usos excessivos de remédios para controlar dores e principalmente o fato das ginastas ficarem “isoladas” das famílias enquanto treinavam (todas estas informações eu obtive dos depoimentos nos vídeos do ESPN), o que me fez repensar a questão das seleções permanentes (sendo que antes eu era totalmente à favor), principalmente quando ouvi os depoimentos da Georgette, onde desde o início ela previa estes resultados do Brasil, visto que não houve renovação no último ciclo olímpico e as ginastas que restaram estavam todas contundidas. Ginastas como Jade e Daniele só voltaram a competir depois de muito tempo, tendo sua volta duvidosa devido à graves lesões que sofreram. Laís Souza ainda nem voltou. Kihuani Dias, nunca mais ouvi falar nela!!. O método da seleção permanente teve resultados bons, porém teve alguns muito ruins, tais como a saída de ginastas muito boas que não agüentaram o método, como a Merly de Jesus e a Maira Silva, além dos que já citei acima.

    Partindo deste ponto, faço uma nova pergunta: E A SELEÇÃO MASCULINA QUE ESTÁ OBTENDO ÓTIMOS RESULTADOS E NÃO TEVE SELEÇÃO PERMANENTE? QUAL É A RECEITA DO SUCESSO DELES? A seleção masculina está sim e um período muito bom de ascensão e, AO MEU VER, isto se deve ao empenho dos treinadores em FORMAR A BASE. A principal diferença entre as seleções era que na feminina as meninas que tinham futuro na ginástica eram tiradas de seus clubes e levadas à seleção permanente, o que acabava influenciando negativamente à formação das categorias de base, visto que estas não tinham mais “ginastas exemplo”nos clubes, o que não aconteceu com a seleção masculina, que concentrava os atletas em seus clubes. A seleção masculina teve uma boa renovação e isto contribuiu muito para os resultados obtidos hoje.

    Leonardo Finko, coordenador da seleção masculina e meu conterrâneo, disse em entrevista à rede globo: - "Se o sistema usado anteriormente for seguido, tem que haver correções para não termos os problemas que tivemos da outra vez. Hoje há ginastas que têm boas estruturas em seus clubes, e outros não. Se almejamos melhorar os resultados, temos que melhorar o trabalho, com sistema permanente ou não. Nem todos os clubes têm estruturas ideais de absorver as necessidades de treinamento de alto rendimento. Se não for sistema permanente, temos de ajudar os clubes" - disse Leonardo.

    Eu concordo plenamente com ele e sou à favor da segunda opção, AJUDAR OS CLUBES EM MELHORAR SUAS ESTRUTURAS (aparelhagem, acompanhamento de fisioterapeutas e psicólogos), construir e difundir conhecimentos, promover intercâmbios entre treinadores e ginastas de outros países, promover a ginástica pelo Brasil inteiro. Muitos de nossos ginastas treinam em condições precárias, como era o caso do Péricles da Silva, que mudou-se para São Paulo em busca de melhores condições de treinamento. Outros tem dificuldade em lidar com o nervosismo da competição ou sofrem muito com lesões, o que torna importante o acompanhamento de psicólogos e de fisioterapeutas. Na minha opinião, mente e corpo devem estar em harmonia para que os resultados venham. E ai mais uma pergunta paira no ar: SE A SELEÇÃO PERMANENTE VOLTAR, OS PROBLEMAS SERÃO RESOLVIDOS OU SE AGRAVARÃO?

    De minha parte como torcedor e fã da ginástica, confesso que mudei muito meu jeito de torcer e de comentar quando vi os depoimentos das ginastas, promovidos pelo GYM BLOG BRAZIL, depois do mundial, principalmente da Jade, onde elas solicitavam nosso apoio e diziam que estavam tristes quando viam certos comentários. Hoje já vejo as coisas de outra forma e procuro sempre saber dos fatos antes de expressar minha opinião.

    Torço muito por nossas seleções no pré-olímpico e desejo que consigamos as vagas, tanto no masculino como no feminino. Espero que apreciem meu post, lembrando sempre que ESTE TEXTO TRATA APENAS DE MINHA OPINIÃO. Muito obrigado ao GYM BLOG BRAZIL por esta oportunidade.
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    14 comentários:

    1. Valeu Diego, pois antes de expressarmos nossa opinião, temos que ser sensatos, pois muitas coisa ficam ocultas, por exemplo: a Daniele, top 13º do mundo(resultato AA mundial desse ano), 2 medalhas conquistadas na Copa do Mundo de Doha(1 ouro e 1 bronze), única ginasta a conquistar medalhas no Pan, vive contando moedas pra se manter, pois não tem um patrocínio individual, no final do ano passadonuma enrevista realizada pela Veja, ela falou que teve que vender o carro dela pra conseguir pagar um apartamento que ela e seu irmão compraram pra fugirem do aluguel... como isso pode acontecer em um país sede da próxima olimpíada, e tem mais ela a Jade e o Diego não recebem nada da CBG ou seja, estão representado o Brasil de graça... revoltante não é?
      Então gente, antes de darem críticas, vejam a realidade que nossas estrelas estão passando... pois eu tenho certeza que as americanas,russas, romenas tem seu dinheiro garantido na conta bancária enquanto aqui é uma incerteza.

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    2. Welington Einfach18 novembro, 2011 03:40

      Muito bom o post, parabéns Diego. Eu só não tenho opinião formada sobre isso, por enquanto ainda sou a favor da seleção permanente com ajustes. Mas é um caso de muita observação e análise, porque o método precisa de mudança, fatalmente.

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    3. Legal, cansei destes textinhos bonitos, quando elas "afundarem" ainda mais eu quero ver!

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    4. Parabéns ao titular desse texto. Forte abraço!

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    5. Excelente texto!! muito bom! parabéns!

      vc esclareceu muitas dúvidas que eu tinha! concordo com vc! continue assim...!abração

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    6. Eu concordo com seu ponto de vista, Diego. A seleção permanente acabou com o sucesso do Brasil. É como uma vez o Cedrick disse : Estamos com ginastas velhas, que foram formadas há décadas atrás. É até injusto da nossa parte cobrar tanto delas, porque a técnica delas é muito diferente da técnica que é exigida hoje. Podemos até dizer que a técnica delas já se tornou obsoleta!!! Mesmo assim, elas continuam vestindo o collant do Brasil, pq sabem que se elas não carregarem o time, as outras poucas opções não irão aguentar!! Eu considero Dai, Adrian e Dani heroínas por estarem aí até hoje, fazendo o melhor delas. E até mesmo a Jade, pq além das lesões, ela continuam conseguindo chegar à finais por aparelho em Mundiais. Às vezez eu fico danado da vida quando vejo aquela série da Dai no solo, toda "quicada". Mas isso é uma coisa que está no "DNA ginástico" dela (kkkk)... É muito difícil mudar...Por isso que eu tenho consciência que medalha pro Brasil na GAF é muito difícil, mas pelo menos eu sei admirar; existe uma diferença entre admirar e torcer. Não é que eu não torço por elas, mas eu sei que as chances são muito poucas.
      Bom, quanto à Priscila e Bruna: EU NÃO CONSIGO ENTENDER!!! Elas são a nata da nova geração, por mais que praticamente "não exista nova geração". Mesmo assim elas apresentam séries PÍFIAS. Eu não entendo pq que as ginastas do CEGIN "enfraquecem"... Antes a Bruna tinha séries de solo forte, trave e barra boas e fazia pirueta e meia no salto; Priscila fazia tsuk e DTG no solo, e tem um potencial enorme na trave... O que aconteceu com elas?
      Por favor, alguém pode me explicar?

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      1. Os técnicos decidiram em baixar a nota de dificuldade para aumentar a nota de execução.
        Infelizmente, mesmo com a baixa dificuldade, elas erram.... agora me diz uma coisa? Isso vai para frente, NÃO!

        É muito mais garantido elas aumentarem a dificuldade e fazerem mais ou menos na execução, ficaria uma nota média, e com dificuldade e execução baixa, fica uma nota MERDA! até a Argentina, Colômbia, México, Canadá, estão na frente do Brasil! hehehe' ainda bem que o Oleg treina as juvenis!

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    7. Texto mto bom, Parabens!!

      Expressa mto bem q a selecao permanente n eh a solucao de tdo, exemplo disso temos o masculino ai conquistando bons resultados sem ter aderidoa esse sistema, e outro exemplo maior eh a selecao feminina dos EUA q sao uma potencia no esporte com cada atleta treinando em seus clubes.

      O que acho eh justamente oq foi falado, OS CLUBES DEVEM SER MELHORADOS, pois os atletas pequenosdevem ter atletas exemplos pra seguir seus passos!!

      Abraco!!

      Obs: Desculpas pelafalta de acentuacao, isso eh devido a problemas tecnicos no pc aqui.

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    8. Trou as palavras da minha boca Diego exelente post parabéns.

      Agora oq nos resta fazer é torçer para que tudo dê certo em janeiro para os meninos e as meninas que nos representam Brasil a fora e que carregam o peso de nossa bandeira.

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    9. parabens pelo post! muito bem dissertado e é algo q todos os fãs de ginastica se perguntam

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    10. Pessoal, agradeço à todos pelos elogios, nada mais fiz do que redigir um texto pensando em abordar um dos temas de maior discussão nas comunidades de ginástica na época do mundial, tempo em que mudei muito meu jeito de me expressar e vi muitos vídeos e matérias referentes à seleção permanente e, principalmente, vi o lado dos ginastas, os que realmente fazem a ginástica acontecer. Um abraço à todos e FICO SUPER-INTERESSADO EM POSTAR MAIS TEXTOS, SE OS DIRIGENTES DO BLOG ASSIM CONCORDAREM!!!hehe

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    11. Muito bom o texto, mas assim como o Diego também assisti o documentário da ESPN.
      E além disso, assisti os episódios do Behind the Team da Seleção americana.
      E ainda assisti os primeiros episódios de um programa da MTV Italiana que mostra o dia-a-dia da seleção Italiana (Gymnasts: Parallel Lives se alguém interessar).

      Nos três documentários esse assunto é falado. Com isso minha opinião também mudou. Só que a favor. Sou a favor da seleção permanente.

      Pelo que eu vi no documentário da ESPN os erros e problemas que ocorreram foram falhas administrativas e negligências médicas.

      Os treinos são puxados, sim, mas os treinos são puxados em qualquer seleção do mundo que queira ganhar. E talvez seja ainda mais forte em alguns países como China e Russia por não quererem perder posições. Já na abertura do "Behind the team" é dito que "the thougest sport in the world." ou seja "o esporte mais difícil do mundo. Uma vez li uma entrevista da Chellsie Memmel onde ela dizia que a ginástica é o esporte mais difícil e duro de se praticar pois você precisa preparar o corpo e aprender as skills. diferente de um futebol da vida ou vôlei que você pode ir jogar no final de semana com os amigos.

      Ou seja Ginástica É difícil por definição. Portanto reclamar que os treinos são puxados, oh bom, melhor procurar outro esporte então.

      Ainda no Behind the team, nos primeiros episódios mostra que quando o Bela karolyi estava a frente da seleção americana, eles precisavam decidir qual método iriam utilizar. Seleção permanente (como a maioria das seleçõs mundias mantém) ou manteriam nos clubes. Optaram pelos clubes MAS contruíram o Centro de treinamento da seleção, onde não tenho certeza de quanto em quanto tempo as atletas da seleção são chamadas para passarem uma semana na fazenda Karolyi (onde é o centro de treinamento) para avaliações. Escolheram esse método porque lá eles tem bons clubes com ótima estrutura e bons técnicos.

      Não temos isso no Brasil, infelizmente. Temos, o quê, dois ou três clubes com boa estrutura. Portanto a seleção permanente, na minha opinião, é o melhor método para o Brasil. Mas não da maneira como foi. As atletas precisam de um dia de folga, em que possam sair e fazer algo diferente (assim como mostra no documentário da seleção italiana). E sem negligências médicas. Manter uma seleção treinando junta com o objetivo de focá-las para a ginástica (sem controlá-las, sem esse negócio de manter longe das famílias e controlando o que comem e quanto de água bebem... ), mantê-las em um ginásio com estrutura e técnicos bons.

      Essa é a minha opinião, claro. E desculpem o texto longo...

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    12. muito bom o post parabens!
      mas na minha opiniao a seleçao permanente tem que volta so que antes eles devem avaliar tudo e ver o que deu errado na outra vez ai sim deve voltar.deixar as atletas cada uma em seus clubes e que nao pode.com a seleçao americana funciona porque la eles nao tem so um ou tres clubes com boa estrutura eles tem varios o que nao e o caso do brasil temos dois ou tres clubes com boa estrura o que e uma das causas de ginastas talentosos desistirem por nao ter onde treinar exemplo disso e o ex-ginasta bem conhecido cedrick Willian tem tambem um ginasta talentoso de SC que treina em condiçoes precarias usa a barra mais alta das assimetricas como barra fixa e so sao os que a gente conhece fora os outros que podiam ser a renovaçao das equipes e ao inves disso desistem.ja tudo isso que ele falou de ajudar os clubes(aparelhagem, acompanhamento de fisioterapeutas e psicólogos), construir e difundir conhecimentos, promover intercâmbios entre treinadores e ginastas de outros países, promover a ginástica pelo Brasil inteiro,eu acho muito dificil de acontecer agora.
      agora eu nao entendo porque com a seleçao masculina da certo eles em cada clube e com a feminina nao.elas deviam seguir o mesmo exemplo deles mas isso nao acontece porque?o que eu sei e que tem que voltar sou totalmente a favor nao do jeito que foi.

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