O paradoxo do ciclo 2009-2012 para a seleção romena feminina

Post do leitor, por Pedro Henrique Sena

A tradicionalíssima seleção romena teve um ciclo conturbado, sem seus grandes resultados na ginástica, decepcionando um pouco seus inúmeros fãs.
Mas nem tudo é o que parece...

Em 2009, no Campeonato Europeu, as romenas conseguiram apenas duas medalhas, deixando muito a desejar. 

Gabriela Dragoi, bronze na trave.

 

Anamaria Tamirjan, prata na trave.

 

Sandra Izbasa esteve no campeonato, mas acabou em sétimo lugar no solo.

No mesmo ano, no campeonato mundial, apenas uma medalha de bronze chegou às mãos das romenas...

Ana Porgras, bronze nas assimétricas (ela tinha grandes chances de medalha no AA e na trave).





Em 2010, no Europeu, a Romênia terminou em 3º lugar na competição por equipes, atrás da Grã-Bretanha e da Rússia. Também conseguiu uma medalha de ouro (trave com Racea) e duas de bronze (trave com Haidu e solo com Chelaru).

Diana Chelaru na final de solo (um dos meus solos favoritos, apesar dos erros).

 

No campeonato mundial de 2010, mais resultados baixos: apenas uma medalha (ouro) de Ana Porgras na trave, e outra medalha (prata) de Diana Chelaru no solo.

 

Em 2011, no Campeonato Europeu, após a lesão de Alyia Mustafina e sem a presença de Komova, Romênia conseguiu dois ouros, com Sandra Izbasa (salto e solo), além do bronze e da prata, com Racea no AA e Chelaru no solo, respectivamente.

Mas, no campeonato mundial do ano passado, acontece o que muitos não esperavam: Romênia sai da competição sem nenhuma medalha. Izbasa não compete, Ana Porgras cai nas classificatórias e não vai à final de trave, Catalina Ponor, que volta à ativa, se dá mal na final do mesmo aparelho no qual Amelia Racea termina em 5º lugar. Diana Chelaru parecendo até desmotivada, fica em 7º lugar no solo, mesmo com uma apresentação sem grandes problemas. No AA, Porgras e Haidu nem chegam a brigar por medalha, e no TF as romenas chegaram perto da seleção chinesa, mas acabaram em 4º lugar. No fim do mesmo ano, uma notícia desmotiva ainda mais os apreciadores da ginástica romena: o anúncio de aposentadoria de Ana Porgras, ginasta que, para muitos, era essencial na busca de pelo menos uma medalha para o país nos Jogos Olímpicos.

Mas chega 2012 e umas das competições mais importantes entre grandes "all arounders": a American Cup, com a estreia da maior promessa romena dos últimos anos na categoria adulta: Larisa Iordache, que somou 59.332 no all around, e a maior nota na trave! Um resultado incrível para sua primeira competição.

E, semanas atrás, um incrível resultado da Romênia alegra a todos que apreciam tal seleção.
Aconteceu o Campeonato Europeu, competição de extrema importância na ginástica mundial. Rússia e Romênia, com seus maiores talentos, prontas pra um duelo que atraiu olhares da comunidade ginástica. Muitos apostavam no sucesso russo, devido aos baixos resultados obtidos pelas romenas no ultimo Mundial. Mas, dessa vez, Romênia brilhou, com uma seleção de contraste: a equipe foi composta por veteranas muito bem consolidadas (Catalina Ponor e Sandra Izbasa), e por mais novas de muito talento (Larisa Iordache, Diana Bulimar e Raluca Haidu).

Na competição não houve final individual geral mas, nas classificatórias, Larisa Iordache teve o melhor resultado, somando 60.132. Na final por equipes, Rússia mostrou sua inconsistência, enquanto a Romênia dava seu show (apesar de não ter assimétricas tão fortes). Resultado: as romenas levaram a melhor e ficaram com o ouro!

Na competição por aparelhos, as romenas levaram a melhor novamente. Só não medalharam nas assimétricas!  Foram duas pratas (Ponor no solo e Iordache na trave) e mais três ouros:

Sandra Izbasa no salto.

Catalina Ponor na trave.

Larisa Iordache no solo.

Com esses resultados, Romênia volta a ser uma das favoritas à medalhas em Londres, o que pensávamos nunca dizer 3 anos atrás. Além de grandes chances por equipes, Iordache brigará por um lugar no pódio no AA, além de ter muita chance no solo e na trave, assim como Ponor. Izbasa, por sua vez, também vai brigar por sua medalha no salto e solo.
Se contarmos Bulimar como lock na equipe, serão quatro ginastas com potencial para final de solo. Um número incrível!

Mas será que toda essa esperança se concretizará nas Olimpíadas?  Rússia e China se superarão e desbancarão a Romênia? As campeãs europeias estão muito longe do favoritismo americano no TF? Aguardemos, ansiosamente, pelas cenas dos próximos capítulos, ou melhor,  das próximas competições...