Na última
etapa da copa do mundo de ginástica, em Tóquio, tive o privilégio de conhecer
uma das figuras mais queridas e legendárias do esporte. Ninguém menos que Oksana Chusovitina. Aqui documento como
foi esse encontro que além de ter sido um sonho realizado me fez repensar a
magnitude que a palavra legado pode alcançar.
Das arquibancadas de
Tóquio para a posteridade.
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Logo no
primeiro dia de competições, ao sentar na arquibancada do Komazawa Olympic Park
Gymnasium, próximo ao corredor de salto, fiz um rápido scan visual pela arena
em busca de algum rosto conhecido. Certamente um reflexo da experiência que
tive durante o mundial pré-olímpico de Tóquio em 2011, quando por vezes dividi
as arquibancadas com Carlota Ferlitto, Dana Andrei e Beth Tweddle entre outros(as).
Não
precisei de mais do que olhar do outro lado da arena para ver uma figura
levemente masculina, de casaco e boné, ao lado de pessoas familiares que aos
poucos fui identificando como sendo Svetlana Boginskaya e Alina Kozich. Mas quem
seria aquela pessoa misteriosa que parecia não querer ser reconhecida? O tempo
de me fazer esta pergunta foi o mesmo que essa pessoa levou para retirar o boné
e revelar o cabelo-cuiá mais famoso do mundo da ginástica. Sim, era ela mesma,
a incomparável Oksana Chusovitina.
Ainda que
Chusovitina estivesse na área VIP, não me intimidei já que o acesso não estava tão restrito.
Apenas uma corda separava a área VIP dos assentos da arquibancada normal. Assim
sendo, ao final da competição, caminhei rapidamente em sua direção na ânsia de lhe falar, me apresentar, quem sabe entrevistá-la. No meio do caminho, diferente do poeta, não havia uma pedra, e sim a Ucraniana campeã européia Alina Kozich que
ali aguardava um amigo. Após pedir por uma foto e ter sido gentilmente atendido,
continuei num rápido sprint em busca de Chusovitina, mas novamente uma
“distração” me impediu de prosseguir. Não pude evitar tal “distração” visto que era uma campeã
olímpica, européia e mundial de anos dourados do esporte e que assinava a um fã
“love, Boginskaya”. Não pude deixar passar a minha chance também. Registro
feito, prossegui nesta quase jornada de um lado para o outro da arena, e muitos
japoneses depois lá estava eu de frente com 1 metro e 50 centímetros de puro mito.
O que
dizer? O que perguntar? Como expressar minha admiração e carinho por alguém que
não faz idéia que eu existo? Toda e qualquer hesitação se foi quando Oksana notou
minha presença e prontamente abriu este mesmo sorriso da foto acima. Muito
disposta, mesmo depois de inúmeros pedidos de fotos e autográfos, conversamos
rapidamente onde expressei o desejo dos fãs brasileiros em vê-la no Rio em 2016.
Após nos despedirmos, só o que me vinha a mente eram os incontaveis vídeos de
Chuso que eu assistira via YouTube ao longo dos anos. Fã tem a sensação de
conhecer seu ídolo como se tivesse vivenciado ao lado dele toda sua trajetória,
e que trajetória vivemos.
Chusovitina possui a maior longevidade competitiva da ginástica com medalhas conquistadas em mundiais e Olimpíadas desde 1991 até o presente. [2] |
O legado que
Chusovitina deixará quando sua carreira se encerrar será muito maior do que suas
vitórias e medalhas. Seu exemplo será fonte de inspiração para várias gerações
de ginastas. Seu exemplo de disciplina para as ginastas mais novas que buscam
se estabelecer no esporte; seu exemplo de determinação para aquelas que buscam
se manter no esporte por longos anos; e claro seu exemplo de que a melhor
Olimpíada de sua vida não acontece apenas aos 16 anos.
Oksana, além
de precursora da tendência atual de aumento da média de idade no esporte,
quebrou o tabu do retorno ao esporte após a maternidade. Chuso nos mostra a
cada competição que é possível se manter competititvo após os 30 anos quando se
tem técnica e amor pelo esporte. Seu segredo ainda está para ser descoberto,
mas o exemplo está aí para quem quiser admirar. Um exemplo que vai além das
linhas do tablado, e repercute ao redor do mundo quando se trata de uma mãe que
salta 3m do chão para salvar a vida de seu filho. Não tenho dúvidas que a sua
cadeira de “Imortal” da ginástica já está reservada, espero todavia que
continue vazia por mais alguns anos e que muitas ginastas ainda possam aprender com sua postura e caráter dentro e fora do ginásio. Davai Chuso!
Fotos:
agora que ela voltou a competir pelo uzbequistao torço mais ainda pra ela ja que e um pais sem tradiçao...
ResponderExcluirQue foto mais fofa... Vontade de apertar os dois ^^
ResponderExcluirNossa, que post lindo! S2
ResponderExcluirLinda homenagem, Cedrick.
ResponderExcluirTbm sou fã dela.
O texto não é meu! É do colaborador Igor Almeida!
ExcluirMas a homenagem é sua tbm, hehehehhehe!
ExcluirMas ok, vc está certo....Parabéns a Igor pelo texto mto bem escrito!
=D
Que lindo cedrik !!
ResponderExcluirPARABÉNSSS !!
O texto não é meu! É do colaborador Igor Almeida!
ExcluirÉ verdade...Não tinha visto !!
ExcluirQue lindo IGOR !!
PARABÉNSSS !!
Grande pessoa,grande ginasta.Chuso forever.
ResponderExcluirNossa encontrar a Chusovitina no RJ realmente seria um sonho..espero que possa ser realizado! Muito bom o post..abraço!
ResponderExcluirNossa, Cedrick, parabéns! kkkkkkkkkkk zuera, mais uma dessa e vc surta. Parabéns, IGOR.
ResponderExcluirque emocionante!! muito bonito!
ResponderExcluirMt bom :)
ResponderExcluir"O que dizer? O que perguntar? Como expressar minha admiração e carinho por alguém que não faz idéia que eu existo?"
ResponderExcluiré exatamente isso que me pergunto quando eu encontrar a Komova =D hahahaha
Então seu encontro com a Komova seria muito engraçado.. pq ela eh super timida... na saida das qualificatórias em londres, o povo gritava q nem louco pra ela, ela dava um risinho timido virava a cabeça pra não olhar e dava xauzinho. muito fofa.
ExcluirLindo o post e o escritor dele Igor Almeida !!
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