-->
  • O que a ginástica reserva para 2014 - Parte 7


    Sétima parte da série "O que a ginástica reserva para 2014".

    ITÁLIA

    Tea Ugrin

    Liderando a equipe júnior italiana durante boa parte do ano de 2013 (sobretudo após o afastamento, por motivo de lesão, de Enus Mariani, que segue sem data marcada para voltar a competir), Tea é uma das muitas jovens promessas de seu país para Nanning, e que devem seguir até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro no final deste ciclo. Grande destaque no Nacional Adulto disputado na cidade de Ancona em maio, superou ginastas como Elisa Meneghini e Giorgia Campana para alcançar o título do individual geral ao somar expressivos 56.300 pontos e abrir uma vantagem de quase um ponto sobre a segunda colocada; nas finais por aparelho, assegurou mais duas medalhas, o ouro no solo e o bronze na trave. Entretanto, acabou por decepcionar em sua mais aguardada participação internacional, deixando o EYOF com apenas um bronze (paralelas).



    Martina Rizzelli

    Integrante da equipe de Brixia, que é comandada por Enrico Casella e referência em infraestrutura e nível técnico na Itália, Martina é a atual campeã europeia nas barras e chega à seleção adulta como importante adição no salto, contribuindo com um DTY bastante eficiente. Embora ainda seja considerada uma especialista, em 2013 já apresentava potencial para upgrades interessantes em seus aparelhos menos competitivos, trave (dupla pirueta e meia de saída) e solo (Tsukahara e outros dois duplos), sendo uma ginasta de boa explosão e variedade de elementos acrobáticos. No Campeonato Nacional em maio, foi quarta colocada, mostrando regularidade para a disputa individual geral.


    Lara Mori

    Com destaque nas seleções italianas de base desde 2010, quando aos 12 anos contribuiu para a conquista de um dos títulos em disputa no amistoso internacional sub13 (que acontece todo ano na Europa em diferentes cidades), Lara estreia na categoria sênior como um dos principais reforços da Itália para a primeira etapa classificatória do ciclo para os Jogos de 2016. Impossibilitada de competir durante boa parte do ano passado após uma lesão que requereu cirurgia e alguns meses de recuperação, a ginasta voltou a representar seu país no EYOF, mas com rendimento inferior acabou deixando a competição sem medalhas. Seus aparelhos mais fortes são trave (flic-layout-layout, cortada anel, dupla e meia de saída) e solo (Tsukahara, tripla pirueta), nos quais pode alcançar pontuações bastante interessantes para o somatório por equipe.


    Vanessa Ferrari

    Vanessa Ferrari atualmente apresenta como seus pontos fortes a trave e o solo. O solo, que lhe rendeu uma medalha de prata no Mundial de 2013 e um bronze em 2006, tem como ponto de partida um duplo com dupla que recebe o valor máximo no código feminino. A ginasta explosiva mantém a força na sua segunda diagonal, um complexo tsukahara grupado seguido de um mortal para trás, que bonifica em dois décimos. Após mais duas passadas com duplos e saltos ginásticos de alto valor de dificuldade(entre eles um cadete com meia pirueta e pé na cabeça que recebe seu nome),sua nota de dificuldade alcança impressionantes 6,3. Caso a ginasta italiana tire da manga seu duplo giro em Y (Memmel), que foi realizado em algumas competições nacionais em 2012, sua nota pode aumentar em ainda mais um décimo, colocando-a novamente como uma das favoritas ao pódio no Mundial desse ano nesse aparelho. Seu ponto fraco é a execução dos saltos ginásticos de alto grau de dificuldade, que dependendo do nível de rigidez da arbitragem acaba por não serem considerados. Na trave, Vanessa tem uma série bastante inteligente e totalmente atualizado ao atual código, mas peca um pouco na execução dos saltos ginásticos que exigem arqueamento, mas com um número considerável de boas ligações, sua nota D alcança os mesmos 6.3 quando tudo é validado. Nas barras Ferrari também não decepciona, realizando uma série não muito limpa mas esperta, por ser extremamente compacta e terem menos elementos pra sofrerem descontos do que a média das séries atuais. A sequência-destaque da série é um giro gigante na cubital com pirueta,seguido do mesmo giro com a pirueta em apenas um braço e um jaeger afastado pra terminar,dando dois décimos de bônus .A ginasta alcança humildes 5.6 de dificuldade nesse aparelho com sua série habitual, mas tirando dos treinos a largada Comaneci, sua nota D pode aumentar pra 5.9. No salto a atleta realiza um simples e mal executado yurchenko com pirueta e meia, já tendo realizado um DTY a algum tempo atrás.



    Elisa Meneghini

    Elisa foi a principal promessa da Itália para o ano passado. Competiu bem em competições nacionais e no Campeonato Europeu, mas acabou sendo poupada do Mundial devido a uma lesão e devido também ao fato de ser uma ginasta muito importante para a Itália esse ano. No ano passado foi finalista de trave e 7ª colocada na final do individual geral no Campeonato Europeu. No Campeonato Nacional, Meneghini foi medalha de prata, ficando atrás apenas da estreante Tea Ugrin. Seu ponto forte é a trave, onde comumente soma acima de 14 pontos. Nos outros aparelhos possui uma certa regularidade, com notas entre 13.500 e 14 pontos. Recuperada da lesão, Meneghini aparentemente tem condições de evoluir sua ginástica. Apresentando a regularidade frequente, será peça importante para a classificação italiana no Mundial.



    Carlotta Ferlitto, Francesca Deagostini, Giorgia Campana, Elizabetta Preziosa e Erika Fasana também são ginastas muito competentes para a equipe. Em fevereiro competiram em um campeonato na Itália e apresentaram séries bem interessantes, como essa série de Erika Fasana no solo.



    Em uma entrevista feita em janeiro, o treinador nacional Enrico Casella definiu alguns objetivos específicos que as ginastas italianas devem aprender. Eles são:

    Salto

    - aprender yurchenko com pirueta e meia ou dupla

    Paralela

    - todas as ginastas devem usar luvas
    - aprender novas largadas

    Trave

    - aprender séries de 3 elementos com rebote
    - aprender um elemento de grande dificuldade, como pirueta parada, mortal esticado ou flic com pirueta.

    Solo

    - aprender 3 passadas difíceis (duplo esticado, duplo para frente, tripla pirueta, tsukahara, duplo twist, sequência de dupla pirueta e meia + pirueta para frente
    - criar uma performance artísrtica

    Os objetivos são bem inteligentes e com certeza são capazes de manter a Itália entre as 8 melhores equipes do mundo.

    Texto de Cedrick Willian, Bernardo Abdo e Stephan Nogueira.
    Foto: Thomas Schereyer

    Esse é o sétimo texto de 2013/2014 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.
  • You might also like

    5 comentários:

    1. Cadê o nosso querido Brazeeel ??!!!

      ResponderExcluir
    2. Aposto muito na Carlota .sua ginástica é bem expressiva. Gosto muito da trave dela aquela requebrada antes da saída kkk adoro. Ferrari da um show . De toda a sua geração ela não deixa a desejar, Daniele é quase do tempo dela e nunca evolui.creio que a Meneguini se recuperando bem da sua lesão e botando pra quebrar no solo e paralelas não terá pra ninguém. Parabéns a todos pelo excelente texto e matéria sempre muito bem ilustrada com vídeos. O melhor blog de ginástica do Brasil. Abraços

      ResponderExcluir
    3. Todo mundo deveria saber que o Brasil está (ainda)em fase de reestruturação por isso não tem o que dizer aqui (vide a ginástica feminina,que praticamente não participa de nada a nível internacional,pronto falei.Parabéns a ginástica italiana(sempre em ascensão).

      ResponderExcluir
      Respostas
      1. Todo mundo deveria saber que o brasil está em fase de reestruturação e já temos ótimas novidades para falar sobre as novas ginastas que estão chegando !
        Inclusive as que irão virar sênior agora e irão participar do mundial !
        Todo mundo quer saber, inclusive, as opiniões dos administradores do blog sobre estas novas ginastas e sobre as que nós já temos como Jade, Daniele e Adrian. Sim, as ginastas já participaram do WOGA esse ano e do campeonato Sul Americano, então dá para fazer uma análise sim !
        Ginastica italiana sempre em ascenção com a Ferlito em Queda Livre - Vide American Cup !

        Excluir
    4. Não vi dos Estados Unidos, tem??
      Eles tem tantas renovações na equipe que sempre me perco, rs.
      Gostaria de saber se a Maroney continua treinando, e se a Raisman voltou de fato ou só boatos.

      ResponderExcluir