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  • O que a ginástica reserva para 2015? - Parte 5


    ITÁLIA

    Vanessa Ferrari

    Vanessa Ferrari lidera a equipe italiana de ginástica artística feminina em todas as competições internacionais de grande porte desde que entrou pra categoria adulta em 2006. Nesse ano, foi campeã mundial no individual geral, feito histórico para a modalidade em seu país. Ainda conseguiu mais duas medalhas mundiais no Mundial de 2007, no individual geral, e 2013, no solo. Também é detentora de um elemento homologado no código de pontuação, o cadete com meia pirueta e pé na cabeça, salto ginástico de valor de dificuldade D. Sempre chamou a atenção no solo, seu principal aparelho; a atleta ousa nos elementos de dança e acrobacias (duplo com dupla e duplo esticado), tentando séries que chegam facilmente a casa dos 6 pontos, mas que geralmente não possuem as maiores notas de execução. A trave é atualmente seu segundo melhor aparelho pela firmeza e relativa consistência, além da alta dificuldade nos elementos da dança (cortada com pé na cabeça, salto longo com pé na cabeça e salto em anel). Seu salto mais difícil é um yurchenko com dupla pirueta, que possui uma execução bastante aceitável quando a atleta está em boa forma. Nas barras assimétricas apresenta uma série simples, porém bastante compacta, o que contribui para que sua nota de execução não seja tão baixa (menos elementos significam menos chances de ser despontuada). Analisando todos esses pontos, Ferrari pode se manter como a ginasta mais completa do seu país durante o Mundial desse ano, brigando por uma das dez primeiras colocações na final do individual geral.



    Lara Mori

    Aparece como uma grande ajuda para a Itália esse ano, assim como no ano passado. Mori entrou para a equipe do Mundial para competir solo e assimétricas, e desempenhou seu papel muitíssimo bem. No solo, apresenta uma coreografia com boa expressão, mas saltos de dança com execução ainda um pouco fraca. Entretanto, acaba conseguindo em torno de 13,800 nesse aparelho, com duas boas acrobacias: um tsukahara de entrada e uma tripla pirueta na segunda passada. Nas assimétricas, abre sua série com um ricna e logo depois já faz um ray. Tem ótimos stalders, endos, uma saída de duplo esticado e, com certeza, pode evoluir sua nota de partida treinando ligações que bonificam. Ser boa nesse aparelho e já possuir uma nota D de 5,6 é um ótimo motivo para ser considerada mais uma vez na equipe italiana que competirá o Mundial desse ano.Confira sua série de paralela!



    Iosra Abdelaziz

    Destaque italiano das competições juvenis de 2014, Abdelaziz é a esperança de renovação da equipe que disputa o Mundial Pré-Olímpico de Glasgow, após um ano cheio de caras novas e resultados bem expressivos da categoria adulta. Especialista nas barras (giro de sola com pirueta + Maloney, Tkachev + shootover, Endo com meia-volta, Tsukahara), é bastante limpa no geral, podendo assim aumentar suas dificuldades nos quatro aparelhos, e sendo essa a condição pra que se mantenha na seleção daqui pra frente. Em Nanjing, foi 3ª colocada em sua especialidade (único pódio do país). Vale ressaltar que a Itália vinha de um bom trabalho com a base até 2013, mas teve uma queda considerável de rendimento a partir do ano passado, com um número reduzido de ginastas e a maioria delas sendo inexperiente em âmbito internacional; no Campeonato Europeu, por exemplo, nenhuma medalha foi conquistada.



    GRÃ-BRETANHA

    Ellie Downie

    Foi a representante britânica nos Jogos Olímpicos da Juventude no ano passado. Se classificou para todas as finais, ficando com o bronze no individual geral, prata no salto, bronze na trave e bronze no solo. Deve entrar para a equipe principal esse ano sem dificuldades, já que possui um ótimo yurchenko com dupla pirueta no salto (potencial para amanar) e uma trave que já apresenta um twist parado com um bom potencial de nota D (talvez os aparelhos mais fracos da seleção britânica sejam esses e Downie colabora muito). Além disso ainda possui um solo com grandes elementos de dificuldades e uma barra bastante explosiva, característica britânica nesse aparelho. O talento da ginasta é de família: Becky Downie, integrante da seleção britânica, é sua irmã e podem competir juntas esse ano.



    Tyesha Mattis

    Dona de um enorme potencial acrobático e algumas das séries mais arriscadas da categoria juvenil nos últimos dois anos, Tyesha chega à equipe adulta com ar de enigma. Campeã britânica de salto (DTY com boa altura e distância) e barras (Shaposhnikova + Pak, Khorkina, oitava à parada com pirueta + Tkachev) em 2014, passou boa parte da temporada afastada por causa de lesões. Apesar de bastante de inconsistente, pode ser considerada uma ginasta versátil, apresentando séries competitivas em todos os aparelhos (na trave, flic + mortal com pirueta, flic + layout + layout e no solo, duplo com dupla, uma e meia ao passo + tripla, Tsukahara). Seus pontos fracos são elementos de dança e coreografia, além da consistência. Representando o país durante o Festival Europeu da Juventude de 2013, contribuiu para a conquista da medalha de prata por equipe, além de ter sido bronze no individual geral e no salto.



    Claudia Fragapane

    Claudia Fragapane foi a maior revelação da ginástica artística feminina da Grã-Bretanha em 2014. A atleta arrancou suspiros e aplausos após se mostrar capaz de iniciar uma série de solo com a extrema complexidade de um elemento de valor H, o tsukahara esticado. Sua série continua surpreendendo, quando em seguida ela quase sempre consegue cravar um excelente duplo esticado. Saltos ginásticos extremamente altos, nota de dificuldade bastante elevada e uma coreografia inovadora, sobretudo na ginástica de elite, todos os movimentos casam perfeitamente com música que Claudia usa, que é a mesma utilizada por Courtney Kupets em 2006 no NCAA. No entanto, não obteve resultados tão relevantes nesse aparelho durante o ano de 2014, devido a constantes falhas em momentos decisivos, sendo o ouro no Commonwealth Games a medalha de maior importância conquistada. Seu segundo melhor aparelho é a trave de equilíbrio, onde também realiza elementos arriscados, como um flic-flac + mortal esticado e um mortal parado com pirueta. Apresenta um Yurchenko com dupla muito bem realizado e um Lopez controlado no salto (mesmos saltos de Jade Barbosa), enquanto sua série de barras é bastante simples e tem erros consideráveis de execução. Mesmo assim tem todo o potencial para se manter como uma grande "all arounder" da equipe no Mundial desse ano (foi campeã individual geral do Commonwealth Games mesmo com uma queda na trave), precisando apenas fixar seu psicológico em momentos de grande pressão.



    Texto de Cedrick Willian, Stephan Nogueira e Bernardo Abdo.
    Foto: Wagymnastics

    Esse é o quinto texto de 2015 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.
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