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  • Em amistoso, belgas vencem romenas com boa diferença


    No último domingo, foi realizado na Bélgica um amistoso entre a equipe feminina da casa contra a equipe da Alemanha e da Romênia. As belgas venceram o amistoso enquanto romenas ficaram em 2º e as alemãs em 3º. Assim como o Brasil, as três equipes estarão no Rio disputando as 4 últimas vagas olímpicas no Evento Teste.

    Com 222,900 e mais de 3 pontos à frente da Romênia, Axelle Klinckaert foi o destaque da equipe, pontuando ótimas notas na trave e solo. Senna Deriks teve a melhor pontuação da competição nas assimétricas (14,600), e foi nesse aparelho que as belgas tiveram uma diferença de mais de 5 pontos acima das romenas. Isso porque não contaram com a presença de Nina Derwael que está lesionada e tem participação incerta no Evento Teste.

    A situação da Romênia está complicadíssima, já que não posuem Larissa Iordache na equipe que competirá o Evento Teste e ainda sofrem com a falta de Laura Jurca e Ana Maria Ocolisan que, como Derwael, ainda são participações incertas na competição. Nem a presença de Catalina Ponor no time foi suficiente para elevar a nota final da equipe, apesar de que a ginasta contribuiu muito bem nos aparelhos que competiu (14,300 na trave e 13,800 no solo). Diana Bulimar está muito inconsistente nas assimétricas, aparelho que mais precisa acertar. Se as romenas não fizerem uma competição perfeita, vai ficar difícil algo dramático não acontecer.

    A equipe alemã não contou com suas principais ginastas, por isso fica difícil fazer um parâmetro comparativo de notas e possibilidades. Dentre as que competiram, Pauline Tratz, Leah Griesser e Sarah Voss estão inscritas no Evento Teste e uma delas provavelmente será a reserva. Fizeram boa competição no amistoso, mas ainda assim tiveram falhas (resultados completos do amistoso).

    Ao que parece, se o Brasil continuar no caminho dos bons resultados que apresentou esse ano, é bem provável que a equipe se classifique com uma certa tranquilidade, mas isso não é motivo para relaxar e pensar em uma competição ganha. Tudo pode acontecer numa competição; fazer o melhor e buscar acertar tudo é imprescindível.

    O Evento Teste não está fácil para ninguém. A disputa que acontecerá daqui duas semanas será mais acirrada do que nunca; prever quais serão as quatro equipes que estarão completas nas Olimpíadas é uma tarefa difícil e o resultado final a gente conhecerá daqui poucos dias. Uma coisa não dá para negar: o coração está a mil!

    Post de Cedrick Willian

    Foto: The Gymternet
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    5 comentários:

    1. O texto é longo(vai ser em duas partes), mas vale a pena refletir...
      A situação que a Romênia passa hoje, é um de ja vu que o Brasil passou o Brasil passou, olhem só:

      Em 2008, a equipe Brasileira era a top 8 nas olimpíadas. Conquista nunca alcançada em toda a América latina. Exceto na final por equipes em Atenas, nossa equipe conseguiu ser finalista em todos os campeonatos importantes desse evento com relativa facilidade. Isso nos deslumbrou (desde os fãs até o topo da equipe técnica), ao ponto de percebermos que em 2009 não tinha nenhuma promessa que sustentasse a equipe. Falo isso porque Letícia Costa e Harumi Freitas não mostraram nem a metade do que poderiam em todo o ciclo 2009-2012. Khiuani Dias tentou continuar, apresentou em 2009 uma paralela interessante, mas decidiu parar. Ana Cláudia Silva também tentou seguir, mas cresceu muito e não conseguiu se adaptar (tanto que parou em 2011).
      Em 2010, Adrian Gomes apareceu do nada com VT UB e FX bons, Daniele superou os problemas com o peso (situação diversa enfrentada pro Etihene), Bruna Leal e Priscila Cobello estavam relativamente bem e Jade estava com um Salto lindo (tanto que foi bronze na final). Ficamos em 10° lugar, por conta das paralelas. Digo isso porque estávamos acostumados em ver notas na casa dos 14 pontos em anos anteriores, mas naquela ocasião, se a equipe conseguisse ultrapassar a casa dos 13, era motivo de festa. O mundial de Roterdã mostrou que a equipe estava desatualizada naquele aparelho, e que isso poderia custar caro, muito caro nas competições seguintes.
      Eis que chega o ano de 2011, que pra mim foi o fundo do poço.
      Aquele ano começa com medalhas em copas do Mundo conquistadas por Daniele, Jade e Adrian, no solo e no salto. Daiane dos Santos consegue superar seus problemas de peso, lesões e doping com solo e saltos bons como o de costume, mas assim como as demais meninas, uma paralela ruim.
      Na classificação no mundial de Tóquio, o caos se consolida. Ficamos em 16° (no limite pra ir ao evento teste) com notas nas paralelas na casa dos 11, 12 pontos. Países que vencíamos com facilidade, como Alemanha, Canadá e México, ficaram na nossa frente. Daniele e Jade foram as responsáveis para atenuar a humilhação, fazendo boas campanhas nas finais do AA e VT.
      Mas no Pan de Guadalajara chega pra piorar a situação ainda mais. Ficamos em 5° lugar, atrás do Canadá, México e... Colômbia. Desde o Pan de Mar del Plata a equipe não ficava fora do pódio. A tensão era tão grande, que integrantes da equipe trocaram farpas na imprensa. Mas as duas medalhas de bronze conquistadas por Daniele atenuaram o vexame mais uma vez.
      Mas aí veio a diferença. Georgete Vidor e a equipe técnica reuniram as meninas e colocaram as cartas na mesa. As desavenças foram sanadas e todas começaram a trabalhar. Yumi Sawasato foi uma mãe ao analisar e dar sua opinião em cada série, o que foi de grande valia. As paralelas ainda não estavam boas, mas pelo menos dignas para a classificação de uma equipe.
      E o evento teste chega. Lembro que nem trabalhei direito a tarde, pq ficava acompanhando nota por nota postada no face do GBB, rs. Que classificação sofrida! mas merecida. Quanto as olimpíadas, a última colocação era mais do que esperada. Jade, Laís e Adrian eram vitais para que a equipe subisse pelo menos ao top 10, mas elas não conseguiram ir pra Londres, seja por problemas financeiros, ou contratuais.

      e agora, a Romênia passa pela mesma situação. Bronze nas olimpíadas de Londres, nenhuma promessa se consolidou nesse ciclo olímpico. As talentosíssimas Diana Chelaru e Ana Porgras se aposentaram. A bicampeã olímpica Sandra Izbasa fez o mesmo em 2013. Diana Bulimar e Larisa Iordache passam a ser os pilares da equipe. Em 2014, com uma campanha boa nos outros aparelhos (e com erros das demais equipes), se classificam pra final, mas com uma paralela péssima. Mas a equipe reage e fica em 4° na final além de Larisa Iordache conseguir duas pratas (AA e FX).

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    2. Mas o mundial de Glasgow chega. Diana Bulimar, Larisa Iordache e a novata Laura Jurca entram na competição pressionadíssimas para fazerem a ``competição da vida`` haja vista que Catalina Ponor e Maria Ocolisan se lesionaram. Mas isso não aconteceu. Todas as ginastas tiveram quedas na paralela. Contaram com notas na casa dos 11 pontos! Larisa ainda competiu com um solo fraco além de cair mais uma vez na trave, além do resto da equipe se desesperar e não render o que era devido nos outros aparelhos. Ficam em 13° lugar, e o mundo da ginástica fica em choque. Foi muito triste aquele dia. Mas Larisa reage, mostra sua força e lava a alma da equipe com o bronze do AA. Laura Jurca fez o mesmo ao conquistar o 8° posto no mesmo evento.
      Os meses se passaram e Iordache, Ocolisan e Jurca se lesionam. Catalina Ponor volta com uma trave boa, mas não está 100%. Diana Bulimar erra a paralela nos eventos que participou esse ano, e vê a Bélgica (quem diria, Bélgica) ultrapassá-las em um amistoso a 15 dias do evento teste. A situação é ruim.

      Mas que isso serve de lição pra qualquer equipe não se deslumbrar com a tradição ou sequência de bons resultados. A concorrência na ginástica feminina está ganhando força ``entre o 6° e o 12° posto`` não permitindo provas desatualizadas em qualquer aparelho.

      Torço muito pra Romênia reagir e se classificar. Mas as demais equipes, inclusive a brasileira, estão fazendo o dever de casa, demonstrando resultados, coisa que até agora não aconteceu no país de Nadia Comanecci.

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      1. Lucas excelente texto, Parabéns! Você parece ser um bom entendedor de ginastica, sendo assim vou lhe fazer algumas perguntas, espero que responda.

        Você acredita que as meninas possam conquistar uma medalha nas olimpíadas?

        Vejo vários comentários sobre Jade e o seu "Amanar" que nunca mais ela apresentou, e possível ela apresenta-lo nas olimpíadas ? entrar em uma final de salto ou ate mesmo brigar por medalhas?

        Eduardo Santos

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      2. Olha Eduardo, torço muito pra Jade voltar com um salto mais difícil, pelo menos um Mustafina (mas a chace de ser medalhista olímpica foi desperdiçada quando foi cortada pra ir pra Londres).
        Torço também pra que Flávia e Rebeca consigam resultados expressivos. Mas antes de tudo temos que torcer pra equipe se classificar no evento Teste. As meninas merecem as vagas, e somente ali teremos a real noção das possibilidades de finais.

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    3. Só digo uma coisa: após o comunismo, quando o dinheiro público sumiu, muita gente boa foi embora da Romênia e esse pessoal continua indo embora até hoje: Belle e Marta Karolyi, Adrian e Elena Boboc, a própria Nadia Comaneci. Sem falar nos diversos profissionais que buscaram e estão buscando outras carreiras.

      Mariana Bitang já disse mais de uma vez que faltam investimentos, bons salários para treinadores e até equipamentos para a base, inclusive, veja só, barras. Basta ver a situação da Ucrânia para observar similaridades, porém, não vou comparar com o Brasil ou mesmo colocar a culpa de todos os nossos problemas no dinheiro, mas também achar que tudo não passou de picuinhas e deslumbramento é demais.

      Só mais uma sobre a Romênia: sou doido para saber se Bellu e Bitang estão ou não à frente da equipe romena. Uma hora que a imprensa romena diz que voltaram, outra hora desistiram, em outro momento estão voltando. Não, não vão fazer milagres, mas seria bom saber.

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