-->
  • O que a ginástica reserva para 2017? - Parte 1


    ESTADOS UNIDOS

    Começaram as postagens "O que a ginástica reserva" de 2017. Como sempre abrindo a série, os Estados Unidos apresentam quatro ginastas muito promissoras para esse ano e que devem ser testadas no Troffeo Cittá de Jesolo em abril. Como não temos finais por equipes nos Mundiais, é bem provável que vários países levem ginastas estreantes na categoria adulta para "queimar" a adrenalina no Mundial.

    Vale lembrar que os Estados Unidos tiveram Simone Biles como estreante em 2013, ginasta que se manteve campeã durante todo o ciclo passado. Será que uma nova Biles vai aparecer ou ela é realmente única? Trinity Thomas tem o potencial ginástico muito parecido com o de Simone, e é ela mesma quem abre essa postagem.

    Trinity Thomas

    Thomas é simplesmente impressionante. Tem muito potencial a ser explorado e linhas que a diferem de Simone Biles: Thomas é explosiva mas, ao mesmo tempo, longilínea. Com salto de danças muito alongados, pode ter um diferencial artístico que contará para boas notas, tanto na trave como no solo. Sua linha corporal também contribui para uma série de barras assimétricas mais bonita. No solo, já apresenta duplo esticado e uma sequência de dupla pirueta e meia ao passo para um duplo mortal grupado. Sobra em todas as acrobacias e parece ainda não ter controle de todo o potencial que seu corpo possui, sem conseguir segurar suas chegadas. Na trave tem saltos muito bonitos e com ótima amplitude, além de uma sequência de flic + 2 layouts linda de se ver. Nas assimétricas já possui uma série forte, que conta com van leween, giro de sola com pirueta + tkatchev e uma bela saída de duplo esticado, precisando fixar mais os lançamentos à parada. No salto, seu aparelho mais fraco, apresenta apenas um yurchenko com pirueta que possui altura para evoluir tranquilamente para saltos com mais giros. No Mundial do Canadá, pode estar pronta para concorrer a uma excelente colocação no individual geral, podendo surpreender.





    Jordan Chiles

    Chiles chega ao primeiro ano adulto como uma grande promessa. No ano passado, quando teve uma lesão durante o treinamento de pódio do Nacional Americano, foi poupada pelos seus treinadores, e até por Marta Karolyi, de continuar na competição na intenção de não prejudicar seu primeiro ano sênior. Em 2016 competiu no Troffeo Jesolo, onde foi campeã individual geral e salto, além de prata nas barras assimétricas; e no U.S Classic, onde foi 4° lugar no individual geral e campeã de salto. É justamente o salto seu ponto forte: a ginasta já apresenta um amanar muito seguro. No solo e trave tem alguns problemas nos saltos de dança - que pecam na amplitude -, mas compensa os erros na dificuldade das suas acrobacias. As barras assimétricas, onde consegue ligar um tkatchev com um shootover e uma sola com pirueta com gienger, talvez seja seu segundo melhor aparelho. Pode ser uma das escolhas para representar os Estados Unidos na American Cup, que acontece no começo de março.





    Morgan Hurd

    Com origem chinesa e cidadania americana, a pequena Morgan vem chamando a atenção de muitos fãs da ginástica desde sua aparição na elite junior do país, e promete ser uma importante adição à equipe adulta esse ano. Mesmo pequena, a ginasta natural de Wuzhou, China, faz um bom DTY no salto; nas barras, apresenta um ray, stalder carpado com pirueta seguido de Tkachev e saída em duplo mortal grupado com dupla pirueta. Na trave, cortada em arco e saída altíssima em Tsukahara grupado. No solo, abre com Tsukahara carpado, faz a sequência direta de pirueta frontal seguida de dupla e termina com duplo carpado.





    Deanne Soza

    Apesar de não figurar mais entre as integrantes da equipe nacional junior, Deanne Soza é destaque entre as estreantes de 2017. Bastante completa, mostra um ótimo potencial nos 4 aparelhos, só precisando de mais consistência para chegar entre as primeiras do país. No salto, também apresenta um DTY com boa execução. Nas barras, ray, giro de sola com pirueta ligado de Tkachev, Ezhova e saída de Tsukahara esticado. Na trave, uma série básica, mas cheia de quedas em ambos os dias do Campeonato Nacional; destaque pra saída em flic – flic – duplo carpado. No solo, Tsukahara grupado de entrada, pirueta e meia ao passo seguida indiretamente de duplo grupado e duplo giro em L.





    Post de Cedrick Willian e Nádia Carim

    Foto: Divulgação
  • You might also like

    11 comentários:

    1. Como os óculos da Morgan não caem?

      ResponderExcluir
      Respostas
      1. Ela usa uma atadura atrás, que fixa o óculos à cabeça.

        Excluir
    2. A Trinity sofre do mesmo problema da Biles no começo da carreira e da Daiane: não controla as chegadas e sai do tablado. Acredito, porém, que com o tempo e treinos ela vai melhorar e se tornar uma grande ginasta para o time das americanas. Tem que pensar também como essas séries vão mudar com o novo CoP.

      ResponderExcluir
    3. Victoria Nguyen ?

      ResponderExcluir
    4. Parabéns, pelo texto. É notória o amadurecimento de toda a equipe GBB, com redações simples e objetivas, sem perder a qualidade da informação. Obrigado por nunca desistirem dessa missão de promover a divulgação do esporte no país, mesmo com todas as barreiras que lhes são impostas!

      ResponderExcluir
    5. A ginástica americana é ao mesmo tempo

      tão tecnicamente perfeita,

      artisticamente horrorosa ou inexistente

      e conclusivamente feia, sem graça.

      ResponderExcluir
    6. Outra coisa que percebi é que elas tendem a ter linhas bem feias, duras, pras barras assimétricas, enquanto que são bastante consistentes em todo resto.

      ResponderExcluir
    7. Simona Amanar pode ficar rica se pedir direitos autorais às americanas.

      ResponderExcluir
    8. As americanas não tem artisticidade nenhuma,fato.Mas por outro lado tem notas de partida altas pela alta dificuldade,ainda acho que a Biles tem pique pra mais um ciclo olímpico.
      Torço pra Raisman continuar,amo essa ginasta e não podemos esquecer da Hernandez,que fez um ótimo trabalho no Rio e ainda pode medalhar muito nesse ciclo principalmente na trave e solo e que sabe até no AA se der uns upgrades na UB

      ResponderExcluir
    9. Acredito que como já é de praxe os Estados Unidos levarão ao menos duas ginastas um pouco mais experientes. Se bem que como os Karolyi não estão mais no comando da seleção esse comportamento pode mudar. Enfim apostaria em Lauren Hernandez e Ragan Smith como as "veteranas". Enquanto as outras duas não sei. Vamos aguardar o desenrolar das primeiras competições do ano. Sobretido o troféu Jesolo que é sempre um bom termômetro.

      ResponderExcluir