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  • Conclusões sobre a participação do Brasil nas Copas do Mundo


    As seleções brasileiras de ginástica artística voltaram ao Brasil depois da conquista de várias medalhas em duas etapas da Copa do Mundo de Ginástica Artística. Passada a euforia das conquistas, quais conclusões podemos chegar à respeito dos ginastas até o momento?

    Seleção feminina

    Thais Fidelis

    Competindo mesmo com uma dor forte na virilha, Thais mostrou muito potencial na trave e solo, onde conseguiu dois ouros em Osijek. Suas séries estão com nota de partida para ficar entre as finalistas no Mundial. No solo, ainda possui dois elementos de dança de valor D (memmel e cortada em arco com meia volta) e um tsukahara para acrescentar na terceira passada. Na trave, basta cravar a série para estar entre as melhores e brigar por medalhas. Seu individual geral conta com um excelente yurchenko com dupla pirueta no salto e as barras assimétricas continuam sendo seu ponto fraco, ainda mais agora com um estirão de crescimento que gera uma fase de adaptação.

    Rebeca Andrade

    Até o momento, tem a melhor nota de salto do ano. Rebeca competiu de forma espetacular: apresentou um ótimo yurchenko com dupla pirueta e um lopez memorável. Tudo indica que o Brasil será finalista e, possivelmente, medalhista no Mundial com os saltos de Rebeca. Para garantir ainda mais o feito, fica a torcida para que ela volte com o amanar, salto que realiza muito bem. Simone Biles foi medalhista Mundial no salto em 2013, 2014 e 2015 exatamente com esses mesmo saltos.

    A ginasta ainda tem a melhor paralela do Brasil, mas que ainda está inconstante. Por isso perdeu a oportunidade de ser medalhista - até ouro - nas duas etapas que competiu. Esse aparelho deve ser fixado para um ótimo resultado no individual geral. A trave está com novas ligações que aumentam a nota D com os exercícios que Rebeca já estava acostumada a executar. Apesar de não ter se apresentado no solo, tem uma série de acrobacias para recuperar e se apresentar bem nesse aparelho.

    Flávia Saraiva

    Flávia está mais madura e mais forte. Agora, consegue aguentar séries de solo acrobaticamente mais difíceis e com chegadas mais seguras. Apesar dos erros bobos que cometeu na trave (caiu numa parte coreográfica em Koper e esqueceu a sequência de saltos em Osijek), esse continua sendo seu melhor aparelho, que também está com ligações adaptadas para o novo código e com um mortal esticado muito melhor. Pode ser que consiga apresentar a saída de tsukahara ainda esse ano, exercício que aumentaria a nota D de sua série em 0,4. Surpreendentemente está executando o yruchenko com dupla pirueta e, com uma série mais curta, está conseguindo boas notas nas barras assimétricas.

    Seleção Masculina

    Lucas Bittencourt

    O ginasta, que foi muito importante nas competições do ciclo passado e consequentemente na classificação olímpica, ainda recupera suas séries. Aparentemente também passou por mudanças corporais e parece estar em fase de adaptação. Parece um pouco pesado em alguns momentos no cavalo com alças e paralela. Essa situação não pode ser demorada para não comprometer a tentativa do ginasta se classificar para o Mundial. Apesar disso, competiu com séries difíceis para esse momento de volta às competições e, com um pouco mais de tempo, pode voltar a ser um dos melhores generalistas do Brasil.

    Francisco Barreto

    Mesmo sem conseguir uma medalha, Francisco impressionou mostrou séries muito difíceis e prontas para serem fixadas. Todas as séries de Francisco tiveram nota de dificuldade na casa/próximo dos 6 pontos, que são notas altas para o novo código. Ainda errou bastante, principalmente na barra, pensando que foi 5° colocado nos Jogos Olímpicos. Com as novas regras de classificação olímpica e também da seleção brasileira, o ginasta se enquadra como um bom especialista e que cumpre seus objetivos nos aparelhos onde não é sua especialidade. Talvez um bom caminho seja abandonar o individual geral e focar definitivamente nas barras, onde apresenta suas séries mais limpas e com chances reais de medalhas internacionais.

    Arthur Zanetti

    Zanetti está impressionante, principalmente se levar em consideração que está voltando de uma cirurgia. Não dá para entender onde os juízes descontaram tanta nota de execução de suas séries de argolas, principalmente da série apresentada em Osijek. Apesar disso, foi campeão nas duas etapas que competiu, e isso sem passar dos 15 pontos. Uma curiosidade: a maioria das notas de argolas desse ano que sobressaíram da nota que Zanetti conquistou foram pontuadas em campeonatos nacionais. Pensando nisso, o ginasta continua entre os melhores nesse aparelho, mesmo com uma série mais fácil. No solo também está muito bem e com acrobacias fortes. O novo código o favorece nesse aparelho, que agora será caracterizado por mais exercícios isolados e menos ligações.

    Post de Cedrick Willian
    Foto: Ivan Ferreira / Melogym / Gym Blog Brazil
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    2 comentários:

    1. Flávia vem treinando um tsukahara na saída da trave? morta

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    2. A Thais também sabe fazer cortada com pirueta no solo. Ao todo, portanto, a série dela ainda pode aumentar 0.4 na dificuldade!!! =)

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