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  • O que a ginástica reserva para 2018? - Parte 1 - Estados Unidos


    Mesmo passando por uma crise seríssima, a ginástica americana continua produzindo suas boas ginastas. Debaixo de pressão - ou não -, as quatro ginastas estreantes mencionadas nesse post possuem grandes chances de integrar a equipe americana esse ano. Com séries lindas e muito bem preparadas, elas chegam para, possivelmente, colocar em risco a vaga de algumas veteranas. E, quem sabe, continuar mantendo a hegemonia da potência esportiva que é a ginástica artística feminina dos Estados Unidos.

    Maile O'Keefe

    Campeã americana em 2017, mostrou muita consistência no somatório dos dois dias de competição, sem apresentar grandes erros. Tem uma série de barra muito dinâmica, seu melhor aparelho, com várias largadas e ligações inteligentes - como a sequência de maloney + ricna -, além de espaço para adição de novas ligações. O solo não possui grandes ligações, mas tem como ponto forte a parte artística e os elementos de dança, que são muito bem executados; no geral, uma série que não deixa margem para grandes descontos. Tem um ótimo yurchenko com dupla pirueta no salto mas que dificilmente evoluirá para um amanar. A trave, apesar de ter boa dificuldade, ainda não é muito dinâmica e precisa de polimento nos saltos de dança e ligações. O'keefe pode ser uma das grandes estrelas nas finais de individual geral esse ano.



    Emma Malabuyo

    Esbanjando carisma, a energia de Malabuyo fazendo ginástica é contagiante. Essa é uma forte candidata ao prêmio Longines do Mundial esse ano! Tem o solo como seu aparelho mais forte, onde apresenta uma coreografia muito dinâmica, expressiva e um duplo esticado belíssimo. Na trave apresenta muita segurança, mas peca nos elementos de dança que quase nunca completam os 180° mínimos exigidos pelo COP. Muito flexível, abusa dos elementos da família dos stalders nas assimétricas o que, particularmente, deixa a série mais bonita e, no caso dos inbars stalders, valem mais. Finaliza seu individual geral com um bom yurchenko com dupla pirueta, limpo e por vezes cravado, mas que, como no caso de O'keefe, terá dificuldades para evoluir para um salto mais difícil. Com certeza é um nome forte para a equipe americana esse ano e possível finalista mundial no aparelho solo.



    Kara Eaker

    Diferente de ginastas como Mailey OKeefe ou Emma Malabuyo, que já eram cotadas como promessas desde seus primeiros anos como juvenis, Kara Eaker até 2016 era uma ginasta level 10. Apenas em 2017 atingiu o status de ginasta de elite, em seu último ano como juvenil, demostrando consistência e bastante potencial. Vinda do ginásio GAGE, que ao longo dos anos produziu grandes ginastas americanas (Courtney Mcool, Terin Humphrey, Sara Finnegan e Brenna Dowell), Kara apresenta elegância e sofisticação características das ginastas desta escola. A trave é seu principal aparelho, onde recebeu notas muito altas no campeonato americano. Nos outros aparelhos demonstra bastante técnica e potencial de upgrade na dificuldade de seus exercícios. Vale muito a pena ficar de olho nela!



    Gabby Perea

    Gabby tem a série de barras assimétricas mais difícil entre as estreantes americanas na categoria adulta: contando com ligações de voo infinitas, parte de nada mais e nada menos que 6,5! Dá pra imaginar? Uma nota de dificuldade valor 7,0 no código antigo. A ginasta treina no Legacy Elite, clube gerenciado por Li Yuejiu and Wu Jiani, pais da ginasta Anna Li, que conseguiu uma vaga no Mundial de 2011 e foi reserva olímpica em 2012. Além das assimétricas, possui uma série de trave muito firme e difícil, que conta com uma pirueta parada cravadíssima e a sequência de dois flics + mortal estendido. Foi campeã individual geral juvenil em Jesolo no ano passado, apresentando um solo razoável e um yurchenko com dupla pirueta. No Campeonato Americano estava lesionada e competiu apenas nas barras assimétricas, terminando na terceira colocação e contabilizando uma queda no primeiro dia de competições.





    Post de Cedrick Willian e Lucas Rodrigues
    Foto: Christy Linder
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    3 comentários:

    1. Eu não sei vocês, mas duvido que Gabby Perea dure um ano. Gente, essa menina mal virou sênior e já tem um histórico de lesões pesadinho… E essas traves hein <3

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    2. Séries LINDAS, na minha opinião, só com uma bela coreografia. Na parte artística as americanas continuam... americanas, com exceções. Sem falar na ênfase pela ''boa execução '' mas não pela busca de uma execução próxima da perfeição, que creio eu, resultaria na redução da dificuldade porque a maioria das e dos ginastas parece que não são capazes de conciliarem os dois, então acabam tendo de escolher por um, aí decidem pelo caminho mais fácil e rentável de títulos, a dificuldade.

      Nunca gostei da ginástica americana, já tiveram ótimas safras como as de 2004 [com algumas muito boas no quesito artístico, e outras no aspecto técnico, principalmente na trave], mas no geral é isso mesmo que vemos: zero artístico e quando tem, com exceções, é de nível ''britânico'' [péssimo gosto, excesso de mãos, movimentos bruscos..]; dificuldade sempre nas alturas; algumas se destacam positivamente nas barras com boa dificuldade e ótima execução, mas em média.. é aquele estilo ''Seitz'', muitas largadas e retomadas, ritmo feio e muitos erros técnicos improváveis de serem sanados.

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    3. Parece que a equipe da Smeskal no Texas gosta de trabalhar coreografia.

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