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  • Fatalidade não é falta de competência


    Procurando palavras para descrever a atuação do Brasil na final por equipes de hoje não é possível encontrar outra que não seja orgulho. Estar entre as oito melhores equipes do mundo com chances reais de conseguir uma medalha é algo inédito para o Brasil.

    Hoje, como nunca, todo mundo torceu. Torceu com a certeza de que o sonho poderia se tornar realidade. A medalha estava ali, nas nossas mãos, mas acabou escorregando. O que aconteceu hoje em Doha foi uma fatalidade e não falta de competência. Essa é a diferença da final de hoje para todas as finais que o Brasil já competiu: a seleção estava batendo de frente, de igual para igual; a ginástica dessa equipe era competente.

    Em Glasgow, durante as classificatórias, a torcida foi outra. A equipe precisava estar entre as oito melhores para se classificar para os Jogos Olímpicos e, naquela época, cada décimo valia muito. Cada novidade nas séries de paralela - remediadas de última hora - era extremamente importante. Errar? Jamais! Cair? Nunca. A ginástica que a equipe tinha não permitia isso. O único caminho era acertar tudo e esperar uma queda da equipe da Holanda, o que não aconteceu. Consegue enxergar a diferença?

    O cenário atual da seleção feminina não mais é esse. Agora, mesmo com uma queda na trave, a equipe chegou na última rotação em terceiro lugar, com chances reais de ficar com a prata ou o bronze. A torcida de hoje não era pela classificação olímpica: sem dúvidas a equipe vai se classificar no ano que vem. A torcida realmente era por uma medalha.

    Em 2019 as chances de medalha por equipe mudam consideravelmente. Grã-Bretanha vai ter se recuperado e França também. Tem uma renovação incrível chegando para a Itália e outras boas juvenis no Canadá. Mas o Brasil também estará melhor.

    A talentosa equipe brasileira tem muitos pontos a trabalhar e que acrescentarão ainda mais na boa impressão internacional que vem causando. Rebeca fazendo o individual geral, Lorrane com mais tempo de treino, Jade com mais solidez e até, quem sabe, a possibilidade de recuperação da ótima ginasta Fabiane Brito.

    Esse já é o otimismo adiantado para 2019. Porque prefiro continuar mastigando e engolindo meu otimismo em momentos de chateação como o de agora, do que viver sem a esperança de que os sonhos da nossa ginástica podem se tornar realidade. Obrigado por esse momento, meninas!

    Post de Cedrick Willian

    Foto: Abelardo Mendes Jr / rededoesporte.gov.br
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