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  • Finais de campeões e medalhistas mundiais e olímpicos


    As finais individuais do Mundial de Doha começam hoje, recheadas de campões mundiais e olímpicos. Alguns provavelmente sustentarão suas coroas, como é o caso de Simone Biles e Xiao Ruoteng. Entretanto, surpresas nas finais por aparelhos podem acontecer.

    Individual geral masculino

    O favorito nessa final é o atual campeão mundial, o chinês Xiao Ruoteng. Mas a disputa não vai ser fácil: o russo Nikita Nagornyy está muito forte nessa disputa, que será contabilizada décimos a décimos. Ainda temos na disputa: Oleg Verniaiev, vice-campeão olímpico, que pode, num dia bom, bater de frente com os dois primeiros colocados; Kenzo Shirai, medalha de bronze nessa final em 2017; Sam Mikulak, que acertando as suas séries corre mais pelo bronze, podendo ter uma surprese caso os adversários errem. Caio Souza entra nessa disputa por um top 10, melhor resultado de sua carreira. Caio vai começar no cavalo com alças, aparelho que pode definir, logo de início, o resultado da sua competição.

    Individual geral feminino

    Simone Biles é imbatível. Tricampeã mundial e campeã olímpica, se Simone contabilizar quatro quedas ainda pode ser a campeã mundial e ser a primeira ginasta do mundo a conquistar o título pela quarta vez. A disputa disputa nessa final é pela prata e bronze, e conta com a presença de: Morgan Hurd, campeã mundial em 2017; Ellie Black, vice-campeã mundial em 2017 apenas um décimo atrás de Hurd; a nível de título (a que esse texto se refere), Jade Barbosa está nessa final e foi bronze em 2007. Flávia Saraiva corre nessa final por um lugar no top 5. Vai começar nas barras assimétricas, e assim como Caio Souza, esse primeiro aparelho provavelmente já define seu resultado final. Até agora, Flávia ainda não acertou nenhuma série de assimétricas aqui em Doha.

    Solo masculino

    Kenzo Shirai, campeão mundial 2013, 2015, 2017 e vice-campeão  em 2014, chega em mais uma final como favorito e com um caminho mais difícil do que nunca. Apesar de ter a nota D mais alta da final (6,8), enfrenta dois russos, ambos com um triplo mortal no solo, que estão com notas E bem altas. Nikita Nagornyy e Arthur Dalaloyan (classificado em primeiro) sem dúvidas vão fazer o possível para que um ouro russo aconteça.

    Salto feminino

    Simone Biles, apesar de ser campeã olímpica, nunca foi campeã mundial. Curiosamente o título mundial no salto ainda lhe falta e sem dúvidas é seu. Na concorrência pela prata e bronze estão: a nível de títulos, Oksana Chusovitina, nove vezes medalhista de salto em mundiais, contabilizando um ouro, e vice-campeã olímpica nos Jogos de Pequim em 2008; Shallon Olsen, que não tem títulos, mas foi finalista de salto no ano passado e, com um cheng e um DTY, está classificada em 2° para essa final com grandes chances de medalha.

    Cavalo com alças
    Bicampeão mundial e campeão olímpico, Max Whitlock é o favorito. Tem uma certa vantagem, mas não pode se acomodar: na sua cola está Xiao Ruoteng, bronze no ano passado. David Beliavskiy, prata no ano passado, também se encontra nessa final. A final ainda conta com Cyril Tommasone, medalha de prata em 2011 e bronze em 2014. Fora Whitlock, essa final está imprevisível. As notas nas classificatórias foram bem estranhas e não deram muito parâmetro para quem assistiu.

    Barras assimétricas

    Nina Derwael, bronze em 2017, se classifica em primeiro para a final como favorita ao ouro. Esse seria o primeiro ouro belga em Mundiais e a pressão é grande. Não podemos ignorar a presença de Aliya Mustafina, bicampeã olímpica, que apesar de estar com uma série simples tem uma execução limpíssima; nem Simone Biles, classificada em segundo lugar para a final e com uma melhoria absurda nesse aparelho desde 2016. Essa pode ser a primeira medalha de Biles nas assimétricas. Curiosidades: se a sueca Jonna Adlerteg conseguir uma medalha nesse aparelho, será a primeira medalhista mundial do seu país em 64 anos.

    Argolas
    Duelo entre dois campeões olímpicos e mundiais: Arthur Zanetti versus Eleftherios Petrounias. Petrounias apresentou uma série mais difícil e mais limpa que Zanetti nas classificatórias. Não dá pra saber se Zanetti tem uma série mais difícil do que a que apresentou, mas com certeza é possível melhorar a execução que obteve. Igor Radivilov também está na disputa e tem um histórico extenso em finais importantes.

    Salto masculino

    Ri Se Gwang e Kenzo Shirai são os que tem o currículo mais extenso. Gwang é bicampeão mundial e campeão olímpico. Shirai é o atual campeão mundial e bronze olímpico. Enquanto Kenzo precisa contar com uma execução brilhante, Gwang esbanja dificuldade. A final está cheia de saltos difíceis  e é nessa disputa que Caio Souza entra: ele é um dos cinco ginastas dessa final que só não tem nota de dificuldade maior que Gwang. A disputa por um lugar no pódio será definida pela melhor nota E possível.

    Trave

    Detentora de dois títulos mundiais, se conquistar o terceiro ouro nesse aparelho Simone quebrará mais um recorde. No momento, apenas ela, a romena Daniela Silivas e as americanas Shannon Miller e Nastia Liukin são detentoras de dois títulos mundiais. Na corrida pelo terceiro título, enfrenta Sanne Wevers, campeão olímpica em 2016 e prata no Mundial de 2015. Simone leva vantagem na solidez de sua série, que não depende de ligações para uma nota D alta. Sua principal adversária, no entanto, pende mais para o lado da compatriota Kara Eaker do que Wevers.

    Barras paralelas

    A medalha está mais favorável ao campeão mundial Zhou Jingyan do que ao campeão olímpico e mundial Oleg Verniaiev. Jingyuan se classificou em primeiro para a final com 15,800 e uma nota D de 6,6. Na final por equipes alcançou a nota final 16,200, com nota D de 7,0! Algo absurdo no novo código. O chinês tem um estilo muito próprio, com trocos rápidos e precisos além de muita firmeza nas paradas. Na disputa ainda temos o bronze olímpico e mundial David Belyavskiy e o campeão mundial, também chinês, Lin Chaopan.

    Solo feminino

    Biles parte para o quarto título mundial sem nenhuma pressão, sendo a primeira ginasta do mundo a conseguir o feito. Disputando a prata e o bronze temos a campeã mundial Mai Murakami, mas a conquista dessas medalhas não vai ser fácil. Aqui entram as chances de Flávia Saraiva ser medalhista: ontem, na final por equipes, Flávia teve a segunda melhor nota nesse aparelho, um 13,800 contra um 13,766 de Murakami. Morgan Hurd, Angelina Melnikova e Melanie de Jesus dos Santos também estão fortemente nessa disputa.

    Barra fixa

    Kohei Uchimura: um ouro, duas pratas e dois bronzes em mundiais. Epke Zonderland: dois ouros e três pratas em mundiais mais um ouro olímpico. Tin Srbic: atual campeão olímpico. Os currículos dos três não valem mais do que a apresentação na final, já que um dos grandes concorrentes aqui em Doha não tem nenhuma medalha mundial, o americano Sam Mikulak. Na final por equipes masculina, Sam conseguiu a maior nota do dia, um 14,500, e vai fazer de tudo para ter no currículo essa conquista pessoal inédita.

    Post de Cedrick Willian

    Foto: Abelardo Mendes Jr / rededoesporte.gov.br


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