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  • Conhecidos os primeiros campeões mundiais por aparelhos em Doha


    O primeiro dia de finais em Doha foi emocionante. Em um dia cheio de excelentes conquistas, a ginástica se mostra mais globalizada. Vários ginastas, de diferentes nações fora do eixo tradicional, conquistaram suas medalhas aqui. Taipé Chinês, Filipinas, México e Bélgica trouxeram marcas históricas para suas nações. E o brasileiro Arthur Zanetti, dono da última rotina do dia, finaliza com a prata, conquistando mais um pódio para o Brasil.

    Solo

    Arthur Dalaloyan, prezando pela excelente execução em suas aterrissagens, conseguiu ser mais limpo que o super campeão Kenzo Shirai. A série de Shirai continua sendo absurda, praticamente impossível de ser executada por qualquer outro ginasta presente nessa final, mas é fato que ele perdeu em execução durante esses anos, o que é normal acontecer. Dalaloyan coloca a moral da Rússia altíssima aqui em Doha e a estrada até Tóquio promete ser muito boa para essa renovada equipe.

    Trazendo a primeira medalha para as Filipinas, Carlos Edriel conquistou o bronze. Carlos foi convidado pelo Comitê Olímpico Japonês para treinar no Japão, e ofereceram até uma carreira de estudos para ele. O ginasta de apenas 18 anos, dado ao talento e a excelente oportunidade de treinar numa escola tão tradicional e competente, chegará em Tóquio mais maduro e com uma grande oportunidade de fazer história mais uma vez.

    Salto feminino

    Simone Biles conquista o título de campeã de salto e não quebra nenhum recorde, já que a chinesa Cheng Fei possui três títulos mundiais nesse aparelho. Fei realmente era uma especialista de salto, com todas as habilidades que o aparelho exige, ao contrário das atuais "especialistas" que o país está produzindo.

    Shallon Olsen conquista a prata e reafirma o bom momento que a ginástica feminina do Canadá vem passando. Ano passado, com uma queda no amanar, ficou fora do pódio. Esse ano, em entrevista na zona mista, disse que prezou pela dupla porque estava realmente segura e limpa, ao invés de arriscar um salto que não estava tão bom só pela sua nota de dificuldade.

    Outra conquista inédita nas finais de hoje: Alexa Moreno é a primeira ginasta mexicana a conseguir uma medalha em mundiais. Presente sempre nas finais desse aparelho, passou "raspando" pelo pódio por várias vezes, mas hoje foi o dia dela. Em entrevista na zona de imprensa, a ginasta afirmou emocionada: "Finalmente o meu trabalho foi recompensado!".

    Cavalo com alças

    A final cheia de erros foi compensada pelas rotinas dos três medalhistas: Xiao Ruoteng, Max Whitlock e Chih Kai Lee. O empate das notas finais de Ruoteng e Whitlock foi definido pela melhor nota de execução, onde Ruoteng levou a melhor. Apesar de serem os donos do ouro e da prata, o destaque nessa final é do ginasta Kai Lee.

    Com uma série recheada de flairs, o ginasta transitou por todo o cavalo com alças executando esse elemento: em transporte, entre as alças e fora das alças, também em spindels. Impressionante a velocidade, precisão e execução que ele teve, a mais alta da final. Uma série memorável e digna de medalha em toda as finais que estiver presente.

    Barras assimétricas

    A torcida era visivelmente favorável à Nina Derwael, que não decepcionou. Sua série é extremamente difícil, mas ela executa com muita fluidez e facilidade. Executar um nabieva e ligar um ehjova com um van leween na mesma série é pra poucas. Tudo isso para conquistar o primeiro ouro belga da história!

    Presente em mais uma final importante, Elizabeth Seitz deu o melhor de si e foi recompensada. Ao passo que outras erraram - e que Aliya Mustafina não competiu com toda sua nota D possível - fez a melhor série que podia e conquistou sua primeira medalha nesse aparelho. Jonna Adlerteg errou muito e não teve essa chance, a mesma situação de Becky Downie.

    O pódio foi completado por Simone Biles, que também nunca havia medalhado nas assimétricas. Foi só melhorar um pouco sua nota D e, claro, sua execução nos trocos, que acabou também sendo uma séria candidata às finais e medalhas nesse aparelho como demonstrou hoje.

    Argolas

    Petrounias abriu a final definindo a competição. Com uma saída cravada de duplo com dupla e nota final de 15,366, mostrou que o caminho para conquistar o ouro era ser melhor que ele. Com uma série de erros durante a série e também na saída, Igor Radivilov perdeu sua oportunidade, ao passo que o armeno Artur Tovmasyan e Nikita Nagornyy cravaram tudo que podiam e ficaram bem posicionados atrás de Petrounias.

    O italiano Marco Lodadio botou muita pressão em Zanetti ao pontuar um 14,900 e se colocando em segundo lugar. O último a passar era Zanetti e o único que podia mudar o pódio nesse momento. 14,900 foi a nota que Zanetti havia conquistado no ano passado em Montreal.

    Arthur precisava cravar a série e cravou. Numa final como essa, todos os erros devem ser eliminados. Cravar a saída é praticamente obrigatório. Mesmo fazendo tudo que podia, Zanetti não conseguiu passar o grego Petrounias. Com 15,100 conquista a prata, se mantendo como os melhores do mundo nesse aparelho.

    Amanhã as finais continuam, e o Brasil ainda tem chances de medalhas com Caio Souza no salto e Flávia Saraiva no solo. Seria incrível ver o Brasil subindo ao pódio mais uma vez.

    Post de Cedrick Willian

    Foto: World Gym Doha 2018
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