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  • Bela atuação do Brasil no Campeonato Pan-Americano

    Finalizado o Campeonato Pan-Americano ontem, tivemos um saldo mais que positivo. Além de duas classificações olímpicas, o campeonato foi uma prévia do que pode acontecer em Tóquio e da importância de cada atleta, tanto da antiga como da nova geração.

    Diogo Soares já tinha feito sua estreia na equipe adulta no ano passado, durante a American Cup. No Pan-Americano, foi responsável pela conquista da vaga olímpica e deve assegurar um lugar na equipe. Com a vaga extra uma boa estratégia seria deixar Arthur Zanetti fora da equipe, focado na competição de argolas, o que aumentaria sua chance de medalhas. Essa equipe, com Diogo, fez um somatório maior que a Grã-Bretanha no Mundial de 2019 e pode lugar por uma colocação melhor que o 6º lugar nos Jogos do Rio.

    Caio Souza fez um somatório maior que Sam Mikulak e Yul Moldauer fizeram em casa no último fim de semana, além de ser o ginasta mais condecorado da competição conquistando 5 ouros. A tendência é que as notas nos Jogos melhorem e Caio aumente suas chances de ficar entre os top 10 all-arounders olímpicos, além de uma final de salto e uma boa colocação nas paralelas. Arthur Nory apresentou uma série nova na final, um teste para os Jogos. É importante tentar uma nota D mais alta, mantendo sempre o equilíbrio entre execução e de dificuldade, ainda mais com as séries que os possíveis adversários - como o japonês Kohei Uchimura e o americano Brody Malone - apresentaram esse fim de semana.

    Rebeca Andrade mostrou sua importância para a equipe e para o Brasil nesse fim de semana. Além de assegurar a vaga olímpica, ajudou a equipe em um somatório que, apesar de ter incluído três ginastas inexperientes, teria dado a classificação olímpica por equipes no Mundial de 2019. Seu somatório individual geral foi maior do que o da russa Angelina Melnikova no europeu e de várias americanas no U.S. Classic. A tendência é de notas melhores nos Jogos - mesmo porque não incluiu todas as dificuldades nas séries -, com chances de finais em todos os aparelhos.

    Lorrane dos Santos não conseguiu homologar seu novo elemento no solo e talvez terá uma nova chance na Copa do Mundo de Doha. A ginasta estava com uma lesão no pé e só retomou aos treinos completos cerca de suas semanas atrás. Mesmo assim, fez excelente participação e ainda levou o ouro nas assimétricas. Júlia Soares teve sucesso na execução de seu elemento novo e ainda conseguiu uma medalha na trave. Ana Luiza Lima, com uma série nova e muito bonita, conseguiu o ouro no solo. Para finalizar, Christal Bezerra foi a que teve maior número de pódios no feminino: foi ouro por equipes, prata nas assimétricas e bronze no solo. A ginasta apresentava muita potência desde pequena e conseguiu colocar em prática todo o talento.

    TOTAL DE MEDALHAS

    9 ouros
    2 pratas
    5 bronzes

    RESULTADOS POR ATLETAS

    Caio Souza - Ouro por equipes, individual geral, argolas, salto e paralela
    Rebeca Andrade - Ouro por equipes e individual geral
    Ana Luiza Lima - Ouro por equipes e solo
    Lorrane dos Santos - Ouro por equipes e barras assimétricas
    Christal Bezerra - Ouro por equipes, prata nas assimétricas e bronze no solo
    Tomas Rodrigues - Ouro por equipes e prata no solo
    Diogo Soares - Ouro por equipes, bronze no individual geral e paralela
    Francisco Barreto - Ouro por equipes e bronze no cavalo com alças
    Júlia Soares - Ouro por equipes e bronze na trave

    Apesar da competição não ter tido a adesão do Canadá e dos Estados Unidos, os resultados devem sempre ser valorizados e levados em consideração. São muitos os benefícios conquistados além da medalha, como mais investimentos, bolsa atleta, bolsa treinador, visibilidade na mídia e dentro do próprio Comitê Olímpico Brasileiro. Todos os resultados contam como justificativa para maior atenção e valorização da nossa modalidade.

    A Confederação Brasileira de Ginástica surpreendeu na organização da competição, oferecendo boas condições de treino, um ginásio bonito e protocolos de segurança muito bem estruturados. Provavelmente esse foi um dos melhores Campeonatos Pan-Americanos no sentido de organização do ginásio e estrutura. Muitas coisas podem ser melhoradas - não era fácil encontrar os documentos com notas oficiais e cronograma, por exemplo -, mas a CBG deu um passo a frente no sentido de organização e deixa um exemplo a ser superado pelo próximo país anfitrião.

    Texto de Cedrick Willian
    Foto: Rede do Esporte / Abelardo Mendes Jr

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