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  • Vanessa Ferrari garante vaga nos Jogos de Tóquio

    Conhecemos hoje em Doha a dona da última vaga disponível para os Jogos de Tóquio. Em um duelo contra sua compatriota Lara Mori, a italiana Vanessa Ferrari, de 31 anos, conseguiu, com uma série muito inteligente e bem montada, levar o ouro no solo com a nota 14,266, boa o suficiente para um lugar no pódio em Tóquio.

    Com apenas três passadas acrobáticas, Vanessa conseguiu uma nota de dificuldade de 5,9. Fez acrobacias extremamente seguras, bonificou em duas passadas (sem mãos + tsukahara e esticado ao passo + duplo carpado), cumpriu todos os requisitos de composição e explorou os elementos de dança de valor D que ela faz muito bem. Caso seja necessário a série ainda pode crescer: Vanessa já apresentou séries com duplo esticado + salto e já ligou o giro memmel com um giro illusion.

    O momento foi emocionante. Ao terminar a série, abraçou Lara Mori que também competiu muito bem. Chegou a elogiar Mori no Twitter, dizendo que ela "lutou até o fim" além de ser "uma grande atleta e uma amiga". No ranking, Vanessa ficou em primeiro lugar com 85 pontos e Mori em segundo com 80.

    A situação de Mori era mais complicada que a de Vanessa. É claro que ambas queriam uma vaga nominal para os Jogos, um caminho muito mais seguro do que a seletiva interna para compor a equipe. Porém, enquanto as chances de equipe para Mori são quase nulas, é pouco provável que Vanessa fique fora dela.

    Um caminho inteligente para a Itália levar mais uma ginasta para Tóquio, seria realmente optar por incluir Ferrari na equipe e assumir a vaga do solo com Mori. Ferrari está muito bem em todos os aparelhos e talvez só não pontuaria para a equipe na paralela, onde atualmente a equipe está muito bem. Além disso, poderia ser uma capitã excelente, auxiliando a segurar o nervosismo das novatas, já que a equipe é 100% renovada. As chances de Mori agora estão em torno disso: com Ferrari na equipe, ela é a próxima do ranking e vai a Tóquio; sem Ferrari na equipe, adeus sonho olímpico.

    Fora Ferrari, dois outros nomes se destacaram nessa final: o ginasta turco Ferhat Arican e o japonês Hidenobu Yonekura. Arican fez uma apresentação de paralelas incrível (15,566, vídeo aqui), muito cravada, todos os trocos extremamente controlados e com pouquíssimos ajustes de mão. Com essa série é o principal concorrente à prata olímpica. No salto, Yonekura também competiu com excelência (15,016, vídeo aqui) e poderia estar em Tóquio representando seu país com chances reais de ouro caso tivessem mais uma vaga. Porém, Kohei Uchimura está a frente dele em possibilidade de título, além de ter a chance de escrever uma história quase cinematográfica. Uchimura encerrando a carreira em Tóquio, na última final, último aparelho, último japonês a competir e conquistando o último ouro da carreira... Consegue imaginar essa cena?

    O Brasil competiu muito bem no segundo dia de finais em Doha, conquistando 4 medalhas. Rebeca Andrade foi bronze na trave (13,133); Caio Souza foi bronze na paralela (14,633); Lorrane dos Santos foi bronze no solo (12,633) e Arthur Nory, que apresentou série nova, foi prata na barra fixa (14,400). Flávia Saraiva teve uma queda no mortal esticado e ficou fora do pódio da trave (12,100) enquanto Francisco Barreto foi o quarto colocado na barra fixa (14,100).

    Confira os resultados completos da competição aqui. Vídeos saindo no Canal Ginastica Brasil.

    Texto de Cedrick Willian
    Foto: LaPresse / Reuters

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