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  • Previsão GBB - Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

    Demorou mas saiu! Confira a previsão GBB para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Em cada final aparece os comentários sobre o Brasil.

    MASCULINO

    Equipes

    1 - Japão
    2 - China
    3 - Rússia

    Os donos da casa são os grandes favoritos. A pressão por um bom resultado e por performances excelentes vão permear essa final por equipes: China, Rússia e Japão terão um encontro mais forte do que nunca e a Rússia só aparece em terceiro porque Artur Dalaloyan está se recuperando de lesão (apesar de nem parecer que estava lesionado). O Japão tem uma grande responsabilidade - mas também uma grande equipe. A ginástica artística é o esporte que mais deu medalhas olímpicas ao Japão e vem mais uma para aumentar a coleção.

    A seleção brasileira pode ter uma competição bem interessante e concluir a classificatória entre os 8 finalistas. Arthur Nory só vai competir cavalo com alças, argolas, salto e paralela se for necessário, então a seleção vai praticamente competir uma final no primeiro dia. Pode ser que estratégia não afete tanto, já que Nory é possivelmente o quarto ginasta nesses aparelhos (fora salto). Contando com dois generalistas, o Brasil pode finalizar em um bom ranking dessa vez, visto que equipes como Ucrânia e Grã-Bretanha tiveram que incluir seus especialistas. O mesmo acontece com os Estados Unidos, que vem com mais potencial de equipe do que individual.

    Individual geral

    1 - Nikita Nagornyy (RUS)
    2 - Daiki Hashimoto (JPN)
    3 - Sun Wei (CHN)

    Mais uma final difícil e emocionante, mas que provavelmente será dominada por Nikita Nagornyy. Não será uma tarefa fácil: Daiki Hashimoto promete ser o substituto de Uchimura no individual geral e Sun Wei aparece com muita dificuldade e limpeza. Porém Wei andou falhando e colocando em xeque sua consistência esse ano durante os nacionais. Os três possuem um all-around absurdo; não dá pra imaginar outros no pódio que não sejam eles. Correm por fora: Kazuma Kaya, Xiao Ruoteng, David Belyavskiy e Brody Malone.

    Caio Souza tem a décima melhor nota do ano (84,450), conquistada internacionalmente. Existem chances reais de figurar entre os 10 primeiros na final all-around, um excelente feito para o ginasta campeão pan-americano.

    Solo

    1 - Artem Dolgopyat (ISR)
    2 - Nikita Nagornny (RUS)
    3 - Carlos Yulo (PHI)

    Dolgopyat fez uma boa campanha esse ciclo, conquistando duas medalhas mundiais além das medalhas em copas do mundo. Por ter uma série com menos riscos, é provável que fique em segundo e deixe Nagornyy em terceiro, que tem uma série mais passível de erros, mesmo que pequenos. Carlos Yulo treinou em solo japonês e tem no pescoço o ouro do último mundial. Já está aclimatado e já conhece bem a aparelhagem, podendo ganhar uma vantagem nisso. Sofrendo com lesões recentes, o ouro de Yulo em Tóquio pode ser afetado por conta das aterrisagens. O Brasil não aparece com chances de finais no solo, tendo com Nory e sua boa execução a maior nota da equipe nesse aparelho.

    Cavalo com alças

    1 - Max Whitlock (GBR)
    2 - Lee Chih Kai (TPE)
    3 - Rhys McClenaghan (IRL)

    Whitlock continua sendo o favorito ao ouro em todas as finais de cavalo com alças que está presente, mantendo suas séries muito difíceis e com aquela leveza característica. Chegou a pontuar 15,900 numa seletiva interna esse ano, nota difícil de acontecer em Tóquio mas que demonstra superioridade. As outras duas medalhas são inéditas mas muito possíveis de acontecer: McClenaghan conseguiu vaga olímpica através desse aparelho enquanto Chi Kai foi o primeiro no ranking das Copas do Mundo, mesmo já tendo se classificado para os Jogos com a equipe. Novamente o Brasil aparece sem chances de final. Francisco Barreto provavelmente será a melhor nota da equipe.

    Argolas

    1 - Eleftherios Petrounias (GRE)
    2 - Liu Yang (CHN)
    3 - Arthur Zanetti (BRA)

    O momento continua sendo de Petrounias, que tem a maior nota do ciclo: um (talvez) exagerado 15,500 na Copa de Doha. Um décimo a menos foi o que ele conquistou no Campeonato Europeu (15,400), que também foi a mesma nota conquistada por Liu Yang nos nacionais chineses. Arthur Zanetti pode finalizar a carreira com um bronze, vindo de uma boa competição (Doha) onde mostrou uma evolução em limpeza considerável. Na ocasião, Marcos Goto afirmou em entrevista que estava satisfeito com a série que Zanetti apresentou e que o último mês seria um bom tempo para evoluir até Tóquio.

    Caio Souza com 14,700 é a décima melhor nota do ano nas argolas. Interessante! Poderia beliscar uma final? Quem sabe. Um cenário mais real seria um top 15 pra ele. 14,700 é uma boa nota pra levantar a equipe nas argolas, que compete sem Arthur Zanetti.

    Salto

    1 - Shek Wai Hung (HKG)
    2 - Wataru Tanigawa (JPN)
    3 - Hak Yang Seon (KOR)

    Shek talvez tenha sido o ginasta com melhor adaptação no treino de pódio. Acertou os dois saltos muito bem, com valor de dificuldade muito alto. Wataru Tanigawa fez belíssimos saltos esse ano nos nacionais japoneses, incluindo um dragulescu carpado cravadíssimo. Hak Yang Seon tem saltos menos arriscados e muito limpos. Apesar de ser o terceiro na previsão, por conta do risco menor pode ser que o bi olímpico aconteça.

    Mais uma oportunidade para Caio: o ginasta tem dois saltos de dificuldade 5,6 e já conseguiu 14,800 na tripla (all-around Pan) e 14,650 no dragulescu. Essas notas dão uma média de 14,725, nota suficiente pra uma boa colocação em finais.

    Paralela

    1 - Zhou Jingyuan (CHN)
    2 - Ferhat Arican (TUR)
    3 - You Hao (CHN)

    Fora os pódios da Simone Biles, o ouro na paralela talvez seja o mais previsível. Jingyuan é diferenciado, não existe nada parecido com o que ele faz no mundo hoje. Uma série que dá gosto de assistir, com paradas e trocos extremamente controlados e cravados. Ferhat Arican foi um dos ginastas mais consistentes no ciclo e esse é seu ponto forte. Acredito que ele entrará numa final para acertar tudo que pode, contrapondo uma certa inconsistência de Lukas Dauser (GER). Classificado de última hora, You Hao também é muito consistente, vem como especialista, com foco grande na paralela e com menos aparelhos para se preocupar do que Dauser. A briga pela prata e bronze, portanto, será entre especialistas.

    Com 14,900, Caio aparece mais uma vez entre os 10 melhores do ano. Uma série cravada e limpa pode dar ao ginasta um lugar como reserva dessa final. Sair da posição de reserva e entrar para a final já seria histórico para o Brasil.

    Barra fixa

    1 - Kohei Uchimura (JPN)
    2 - Brody Malone (USA)
    3 - Tin Srbic (CRO)

    Uchimura compete como especialista, em casa, na última final dos Jogos e última final da sua carreira. Como não ser o favorito? Nos Campeonatos Nacionais desse ano chegou a pontuar mais de 15,700. Parece inflado, mas quando você assiste a série acaba pensando: por que não? Brody Malone é o americano que chega mais perto de uma medalha para os EUA na ginástica masculina. A série está com ritmo bom, com retomadas pós voo bem limpas e que não quebram a dinâmica da série. Tin Srbic aparece com o bronze levando em consideração o risco mais alto de falhas dos outros concorrentes. Com uma série com largadas mais seguras, pode tirar vantagem na execução e conseguir um pódio.

    Arthur Nory, como campeão mundial nesse aparelho, deve ser mencionado aqui. Nory está com uma série nova e mais difícil para apresentar em Tóquio. Será suficiente? Esperamos que sim! A série é mais difícil e continua menos arriscada do que de alguns concorrentes, como do holandês Epke Zonderland. Zonderland parte praticamente para o "tudo ou nada", algo que não deu certo ultimamente, além de estar sentindo dores de lesões crônicas. Fica a torcida para o nosso campeão mundial. Pódio de final é de quem não cai!

    FEMININO

    Equipes

    1 - Estados Unidos
    2 - China
    3 - Rússia

    Estados Unidos continua imbatível, ainda mais com Simone na equipe. Pode ser que sem ela a partir do ano que vem a equipe fique mais alcançável, mas não é o caso agora. A briga pela prata e bronze vai ser bonita de assistir: essa é a melhor equipe russa desde o Mundial de 2010 e a China parece estar muito mais preparada do que em 2016, contando inclusive com duas veteranas, coisa rara de se ver na equipe chinesa.

    Individual Geral

    1 - Simone Biles (USA)
    2 - Rebeca Andrade (BRA)
    3 - Viktoria Listunova (RUS)

    Vamos ao que interessa: Rebeca Andrade, já que Biles nem precisa ser comentada como favorita ao ouro all-around. Rebeca mostrou ao mundo hoje que é o maior potencial de prata all-around em Tóquio. Os pensamentos de todos estavam, até hoje, na apresentação dela no Pan, como se o que ela apresentou no Rio fosse o seu limite pra Tóquio. Fato é que ela pode subir, só em nota D, 1.1 a mais do que conquistou no all-around do Pan: 0.6 no salto + 0.2 na barra (contando todas as ligações) + 0.3 no solo, com o duplo esticado na terceira passada e a validação da cortada com pirueta que trocou de lugar na série. Mantendo a nota de execução, os 56.700 conquistados no Pan + 1.1 dá um total de 57.800! Só de incluir o cheng no individual geral a nota da Rebeca iria de 56.700 pra 57.300, que seria a maior nota internacional do ano.

    A maior nota internacional do ano é justamente da Listunova: 56.731 conquistados no Campeonato Europeu. As notas à frente das duas é de Simone Biles, Sunisa Lee e Lu Yufei, todas conquistas em Campeonatos Nacionais. Dessas notas, a única que podemos garantir que realmente vai se repetir é a de Simone Biles. Flávia Saraiva entra pra final individual geral para lutar por um top 10, lugar onde esteve em 2018 e 2019.

    Salto

    1 - Simone Biles (USA)
    2 - MyKayla Skinner (USA)
    3 - Rebeca Andrade (BRA)

    Em entrevista, Biles afirmou que homologaria o duplo carpado na classificatória ou final por equipes. Provavelmente vai competir a final de salto com cheng e amanar. Analisando o treino de pódio, entre Carey e Skinner a aposta fica com a segunda. Esse é o aparelho onde Skinner apresenta mais limpeza de movimentos, ficando a torcida pra ela que lutou muito por uma vaga olímpica. A medalha seria a cereja do bolo! Depois do cheng de hoje, Rebeca se coloca como a terceira melhor saltadora. Sua dupla no salto é muito limpa e não vai tirar menos de 15,200 em um cheng.

    Assimétricas

    1 - Nina Derwael (BEL)
    2 - Fan Yilin (CHN)
    3 - Sunisa Lee (USA)

    Nina não vai desistir do ouro olímpico, pode vir quem quiser com a nota que quiser. É a coroação de um ciclo incrível e que merece finalizar assim. Yilin vem em segundo por ter uma série inteligentemente curta e que dá pouco espaço para descontos. Já Sunisa, com a maior nota D do ciclo, precisa acertar todas as ligações. Como a série é nova e muito difícil (bhardwaj + qualquer coisa depois!!!), mesmo acertando no treino de pódio não fica garantido um acerto completo na final. Esse pódio vai ser emoção até a conclusão da final. Candidatas a final: Urazova, Listunova, Xijing e mais duas entre Rebeca, Seitz, Melanie e Biles.

    Trave

    1 - Simone Biles
    2 - Ou Yushan
    3 - Sunisa Lee

    A final mais improvável, com previsão forte para Biles por conta de sua consistência e firmeza. Qualquer chinesa poderia estar no pódio, inclusive com o ouro, mas a série delas, por precisar de tantas ligações, pode variar entre 13,500 e 15,500. Dito isso, destaque para Ou Yushan. Sunisa Lee teve bons desempenhos nos nacionais e uma passagem razoável no treino de pódio. Fez boas mudanças na série de 2019 pra cá e também conta com ligações para uma boa nota. Dá pra pensar em uma final com Biles, Yushan, Chenchen, Sunisa, Urara, Iordache mais duas ginastas que saem do mix a seguir: Flávia, Schafer, Rebeca, russas, Nina, Gadirovas, Melanie e Black.

    Solo

    1 - Simone Biles (USA) 
    2 - Jade Carey (USA)
    3 - Vanessa Ferrari (ITA)

    Carey surpreendeu no treino de pódio com uma série de potencial D: 6.6. Acredito que ninguém imaginava uma série tão forte e com chegadas tão seguras. Uma nota E de 7.4 ainda a deixaria com nota final de 14.000. É muita nota! Vanessa Ferrari está com uma série bem inteligente e que gera poucos descontos. Prova disso é o 14.266 que conquistou em Doha. Ferrari ainda tem o lado artístico ao seu favor, apresentando uma coreografia que está recebendo elogios. Como na trave, é possível traçar uma final com Biles, Carey, Ferrari, Rebeca, Listunova, Melnikova, Murakami e mais uma ginasta saindo do mix de Flávia, Moors, Gadirova, Popa e Steingruber.

    Assim como Ferrari, Rebeca tem o lado artístico a seu favor. Levando isso em consideração, pode ser medalhista também no solo: com nota D de 5.9 e segurando uma execução de 8.5 (no Pan foi 8.1, com saltos de dança incompletos), pode conseguir nota final de 14.400, score conquistado apenas por Biles nesse ciclo.

    Fato é que Rebeca mudou do patamar participativo para o papel principal em apenas uma hora e meia de treino de pódio. Isso é excelente, porque passa a ser vista com outros olhos até pelos árbitros. Entretanto as emoções devem ser seguradas e a imprensa pode colaborar não colocando pressão inesperada de última hora. A situação é diferente de quando o atleta passa um ciclo inteiro ganhando medalhas, indo para mundiais, copas do mundo e até nacionais com bons resultados e chega nos Jogos Olímpicos com um determinado status. No caso da Rebeca, a visão sobre ela mudou em menos de 2 horas. Estamos felizes, porém apreensivos.

    Texto de Cedrick Willian
    Foto: Gaspar Nobrega / COB

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