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  • Fim dos Jogos de Tóquio: último dia de finais por aparelhos


    Finalizaram hoje as competições de ginástica artística nos Jogos de Tóquio com o último dia das finais por aparelhos. Os últimos campeões foram definidos com as competições de barra fixa, paralela e trave. Flávia Saraiva competiu a final olímpica de trave pela segunda vez consecutiva e terminou na 7ª colocação.

    MASCULINO

    Paralela

    1. Zou Jingyuan (CHN)
    2. Lukas Dauser (GER)
    3. Ferhat Arican (TUR)

    Como previsto, Jingyuan venceu a final desse aparelho com facilidade. Com estilo próprio e uma leveza incomparável, fez a série mais perfeita das finais: nenhum ginasta conseguiu uma nota E maior que 9.333, seja nas finais masculinas ou femininas. O chinês foi o nota 10 da competição de forma merecida! Ao mesmo tempo Arican teve a maior nota de partida das finais (D: 7.0) juntamente com o coreano Ryu Sunghyun no solo e o britânico Max Whitlock no cavalo com alças. Dauser não era a aposta do blog para uma medalha nessa final, mas conseguiu acertar sua série muito bem e levou a prata. Ele também está apresentando um estilo próprio nesse aparelho, investindo mais no dinamismo do que na marcação das paradas. Bem interessante! Uma dúvida: Dauser podia subir em cima do aparelho para acenar para as pessoas? Voltar ao pódio é permitido, mas será que ele não passou um pouco dos limites?

    Barra fixa

    1. Daiki Hashimoto (JPN)
    2. Tin Srbic (CRO)
    3. Nikita Nagornyy (ROC)

    O bronze veio para deixar Nikita um pouco mais feliz: o ginasta estava se sentindo frustrado com sua atuação nos Jogos Olímpicos. É fato que ele era favorito ao ouro no geral e um dos favoritos no solo, porém finais são finais e todos são passíveis de erros, sejam grandes ou pequenos. Na final de solo ele pode ter sido prejudicado pela falta de aquecimento, essa regra chata que precisa ser revista. Srbic leva pra casa o segundo ouro da Croácia, o primeiro foi conquistado só em 2008. Com uma sequência de quatro tkachetvs seguidos levantou a arena, mesmo que com público formado apenas pelas delegações. Depois dessa final, Hashimoto fica ainda mais com o status de "novo Uchimura". Se o ginasta de dezenove anos ainda não está no auge, o que ele fará daqui três anos em Paris? Com certeza outra grande participação.

    FEMININO

    Trave

    1. Guan Chenchen (CHN)
    2. Tan Xijing (CHN)
    3. Simone Biles (USA)

    Essa foi a final da redenção. Simone Biles conseguiu voltar ao pódio com uma série mais simples, passando por cima do grave bloqueio mental que a deixou fora das finais em Tóquio. As chinesas Chenchen e Xijing salvaram a apresentação desastrosa que a China teve nessa edição dos Jogos, que até então estava pior do que no Rio de Janeiro. O entusiasmo com as possibilidades da equipe chinesa eram enormes; o potencial estava ali enquanto elas deixavam a desejar. As medalhas na trave com certeza trouxeram um alívio pra delegação, que vai voltar pra casa refletindo sobre os erros.

    Flávia Saraiva (BRA) teve um desequilíbrio grande no mortal esticado, ocasionando um toque de mãos na trave e deixando ela mais uma vez fora do pódio. Passou tranquila pelo resto da série, com saltos de dança excelentes que são, inclusive, padrão FIG de execução. Infelizmente não foi o suficiente para estar no pódio. O momento pede uma série reformulada e o novo ciclo está aí pra isso. Momento triste para Larisa Iordache (ROU), que teve dificuldades em se classificar pros Jogos e acabou nem competindo devido a dores fortes de uma lesão. Essa final e possível medalha eram muito importantes para a evolução da ginástica romena.

    Resultados completos aqui.

    O olhos agora se voltam ao Mundial de Ginástica, que também será no Japão daqui dois meses. Saiu a inscrição definitiva (sem a lista nominal) e todos os principais países se encontram entre os participantes com número total de vagas inscritas. Será a oportunidade dos atletas que não se classificaram para os Jogos competirem e dos atletas olímpicos repetirem ou melhorarem os resultados que tiveram em Tóquio. A partir de agora, Paris 2024 começou.

    Texto de Cedrick Willian
    Foto: Kyodo News
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