Ginástica Rítmica brasileira fecha etapa da Copa do Mundo de Portimão com três ouros
20 de maio de 2025Mais uma vez…
20 de maio de 2025Desde 1980, o Brasil está presente nos Jogos Olímpicos com seleções que valem ouro
A imagem de Rebeca Andrade no topo do pódio, enquanto soava o hino nacional brasileiro e hasteava a bandeira do Brasil em Tóquio ainda é muito recente em nossa memória. Afinal, essa cena de glória passou em 2021, quando a campeã faturou a medalha de ouro na prova de salto.
Quem é um pouquinho mais velho ainda vai se lembrar da dobradinha de medalhistas de prata e bronze no solo olímpico de 2016 ou ainda das vitórias dourada e prateada de Arthur Zanetti, em 2012. Mais um pouco atrás ainda tivemos o protagonismo de Daiane dos Santos e Daniele Hypólito.
Porém, a história olímpica da ginástica artística brasileira data muito antes de quando nossos heróis desbravaram páreos e se lançaram rumo a finais e feitos inéditos. Na verdade, os primeiros passos vitoriosos da ginástica artística brasileira começaram na edição dos jogos de 1980, em Moscou, ainda enquanto a cidade pertencia à extinta União Soviética.
Neste texto, contamos toda a trajetória de brasileiros nos Jogos Olímpicos, desde o seu primórdio a até o baile de favela que Rebeca representou em Tóquio. A história é de mulheres, de homens, de atletas, que, independente do que tinham no bolso para apresentar, defenderam e honraram a imagem do Brasil no cenário internacional.
Depois do bate papo, vamos a história!
1980 – Moscou, União Soviética
Masculino
Foi a força de João Luiz Ribeiro que iniciou os primeiros passos brasileiros em uma Olimpíada. Ligado a prática esportiva desde a infância, o atleta começou a carreira no basquete, defendendo o clube Sogipa, de Porto Alegre. Ainda naquela época, descobriu os aparelhos de ginástica do clube gaúcho e acabou se encantando pela ginástica.
Não demorou muito para ser selecionado para participar de uma seletiva que lhe deu a oportunidade de disputar os jogos Pan Americanos de San Juan, em Porto Rico. Felizardo, acabou conquistando a primeira medalha brasileira nesta competição, o bronze por equipes. Ainda neste ano, foi aos Estados Unidos para disputar o mundial de Fort Worth. A soma de seus resultados concederam a vaga olímpica de Moscou.
Um ano passou e lá estava João, disputando os Jogos Olímpicos. Ele terminou a disputa do individual geral na 64ª posição. Nos aparelhos, a melhor posição foi o 53º lugar no solo. Assim, Ribeiro tornou-se o primeiro ginasta brasileiro numa edição dos Jogos Olímpicos.
Após a aposentadoria, o atleta foi morar nos Estados Unidos e abriu duas academias de ginástica. Chegou a receber cerca de 800 crianças. O atleta faleceu em 2023.
Feminino
Já no feminino, a história nasceu em 1978 com Cláudia Costa Magalhães, durante o mundial de Estrasburgo, na França. Nesta competição, o Brasil levou equipes tanto no masculino quanto no feminino pela primeira vez. No ano seguinte, também esteve nos Jogos Pan Americanos de Fort Worth, nos Estados Unidos, quando carimbou sua vaga em Moscou.
Já em terras soviéticas, Cláudia mal sabia a grandiosidade de seu feito. A primeira mulher brasileira competindo nos tablados. Não bastasse, suas adversárias eram ninguém mais que Nadia Comaneci, Yelena Davydova e Nellie Kim. Nomes eternizados como expoentes do esporte.
Logo em sua estreia, Cláudia também foi a primeira mulher brasileira classificada para uma final olímpica. Sabemos que muita gente acredita que isto só foi acontecer nos anos 2000 com Daniele Hypólito, mas, não. Foi Cláudia a pioneira, ao somar 35.275 pontos nas preliminares, conquistando uma das 36 vagas para a final do individual geral. No fim das contas, conseguiu mais 34.500 no segundo dia, chegando a 69.775 pontos (naquela época se somava as notas da preliminar e final para o resultado) e terminando na 31ª colocação da prova.
Neste dia, Cláudia viu de pertinho o 10 de Nadia Comaneci, um dos fatos históricos mais apreciados da ginástica artística. Os jogos passaram, mas seu amor pelo esporte transcendeu a carreira. Após aposentadoria, casou-se com seu ex-técnico, Marco Aureliano, e mudou-se para Nova Jersey, nos Estados Unidos, onde montou uma academia de ginástica artística.