
FIG descarta diminuir a idade mínima na ginástica para 15 anos
13 de maio de 2010
Liderado por Diego, Brasil coloca atletas em cinco finais em Moscou
14 de maio de 2010A obsessão pela Olimpíada e a necessidade do país de apresentar resultados devolvem Diego Hypolito à Copa do Mundo de ginástica artística. Na próxima madrugada, o principal ginasta do Brasil estará de volta ao torneio do qual revelou à Folha de S.Paulo, no último mês, ter a intenção de se afastar, por dizer que ele prejudica seus treinos e a preparação para o Mundial de outubro.
“No caso do Diego, as Copas atrapalham um pouco, pois, em vez de seis aparelhos, ele tem que treinar só dois [solo e salto], fora a questão da viagem e do fuso horário”, explica Renato Araújo, técnico do atleta e também da seleção masculina.
A presença do bicampeão mundial na etapa de Moscou, onde o Brasil terá sete ginastas, está ligada à pressão velada de corresponder ao patrocinador, no caso a Caixa Econômica Federal, e ao objetivo de se testar.
“Digamos que é um mal necessário ele participar agora. Tem o lado do patrocínio, de mostrar resultado. Mas também tem o lado pessoal, pois ele precisa colocar as séries em prática nas mais variadas situações para se preparar bem para a Olimpíada”, afirma o técnico.
Pelo menos três fatores motivam Diego a atuar na Copa em Moscou. Primeiro, ele tenta subir no ranking mundial de solo -é o terceiro colocado.
Segundo, além de o atleta querer mostrar serviço à Caixa, o banco estatal acaba de renovar com a confederação de ginástica (CBG), que receberá R$ 4 milhões neste ano e já marcou a primeira etapa do circuito nacional para o fim do mês, sob bandeira da Caixa.
Terceiro, porque, apesar de Caixa e CBG não divulgarem nada que remeta à pressão por resultados, Diego tenta manter sua hegemonia na Copa.
Isso porque, desde 2004, o atleta paulista é o único no masculino a ter faturado ouro na Copa -tem 18- e, há dois anos, é o único do país a ter triunfado desde que Jade Barbosa venceu no salto, coincidentemente, em Moscou.
E é no salto que Diego tenta amenizar o fardo de atuar na etapa da Rússia. “Ele fará o solo também, mas testará o salto deste ano. Não deu certo em Paris [ficou em quinto]. Vamos ver agora”, afirma Araújo.
O novo salto faz parte do plano de Diego de chegar ao Mundial tinindo nos seis aparelhos, pois o torneio será a primeira nota de corte para quem almeja ir à Olimpíada de 2012 -em 2008, Diego, especialista no solo, obteve vaga pelo individual geral (soma das seis provas).
Equipe
Os outros seis ginastas do país que atuarão em Moscou -Bruna Leal, Priscila Cobello, Ethiene Franco, Arthur Zanetti, Francisco Júnior e Petrix Barbosa- tentam melhorar a nota de partida nos aparelhos. Essa nota define o valor máximo que a série pode alcançar. “A hora de testar e tentar ganhar confiança é agora, antes do Mundial”, diz Araújo. As atletas tentam o primeiro pódio do país no feminino no ano da Copa.



