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Brasil retorna ao cenário mundial da ginástica de trampolim
6 de julho de 2025Nascido das ruas e dos muros das grandes cidades francesas, o parkour é uma prática esportiva que transformou a paisagem urbana em palco de movimentos ousados, técnicos e altamente expressivos. O que começou como uma forma de superação de obstáculos inspirada em técnicas militares, hoje é reconhecido oficialmente pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), marcando um marco importante na evolução de uma cultura que há pouco mais de duas décadas era vista como marginal.
O parkour surgiu nos anos 1980, na França, sob a influência do método natural de treinamento do militar francês Georges Hébert, que pregava que “ser forte para ser útil” era a essência do movimento humano. Inspirado por essas ideias, David Belle, considerado o fundador do parkour moderno, começou a adaptar os princípios de Hébert à realidade urbana. Belle, junto a um grupo de amigos — entre eles nomes como Sébastien Foucan e Châu Belle Dinh — fundaram o grupo Yamakasi, que ajudou a difundir a prática entre os jovens franceses.
Mais do que saltar muros ou escalar fachadas, o parkour carrega uma filosofia profunda: trata-se do autodesenvolvimento físico e mental por meio da superação de obstáculos no ambiente — sempre da forma mais eficiente, fluida e segura possível. “O corpo segue a mente”, é um dos lemas mais repetidos entre os praticantes, chamados de traceurs.
Durante os anos 2000, o parkour se popularizou em todo o mundo com a ajuda de vídeos na internet, filmes de ação e comerciais que capturavam a plasticidade e adrenalina dos movimentos. No entanto, com o crescimento, vieram também os debates: muitos traceurs viam com desconfiança qualquer tentativa de institucionalizar a prática. A ideia de transformar o parkour em competição feria, segundo eles, a essência do esporte — que sempre foi mais sobre superação individual do que vencer o outro.
Apesar disso, o parkour foi ganhando espaço em eventos internacionais. Uma vertente mais competitiva começou a se formar, principalmente com o crescimento do freerunning, estilo mais artístico que permite acrobacias e elementos criativos — diferente do parkour tradicional, focado em eficiência.Expansão global e resistência à institucionalização
Durante os anos 2000, o parkour se popularizou em todo o mundo com a ajuda de vídeos na internet, filmes de ação e comerciais que capturavam a plasticidade e adrenalina dos movimentos. No entanto, com o crescimento, vieram também os debates: muitos traceurs viam com desconfiança qualquer tentativa de institucionalizar a prática. A ideia de transformar o parkour em competição feria, segundo eles, a essência do esporte — que sempre foi mais sobre superação individual do que vencer o outro.
Apesar disso, o parkour foi ganhando espaço em eventos internacionais. Uma vertente mais competitiva começou a se formar, principalmente com o crescimento do freerunning, estilo mais artístico que permite acrobacias e elementos criativos — diferente do parkour tradicional, focado em eficiência.
Reconhecimento pela FIG e oficialização
Em 2017, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) anunciou oficialmente a incorporação do parkour como uma das suas modalidades. A decisão foi polêmica dentro da comunidade de praticantes, mas representou um avanço institucional importante para a visibilidade, regulamentação e profissionalização do esporte. A partir daí, foram desenvolvidas competições oficiais, com regras padronizadas e categorias como “speed run” (corrida com obstáculos) e “freestyle” (avaliada por técnica e criatividade).
A primeira Copa do Mundo de Parkour organizada pela FIG aconteceu em 2018, em Hiroshima, no Japão. Desde então, o esporte tem sido incluído em eventos multi-esportivos e cresce como possível candidato para futuras edições dos Jogos Olímpicos.
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Nomes que marcaram o esporte
Além de David Belle e Shang Chunsong, vários atletas contribuíram para a difusão e a evolução do parkour ao longo das décadas. Sébastien Foucan, por exemplo, ajudou a criar o freerunning e ficou famoso por sua participação no filme 007 – Cassino Royale. Outro nome de destaque é o atleta checo Pavel Petkuns, campeão de várias etapas internacionais e referência na categoria freestyle. No Brasil, o esporte também encontrou terreno fértil, com atletas como Anderson Amaral (Duzz), Rafael Ninja e Luciano Aragon promovendo oficinas, vídeos e representando o país em competições internacionais.
De volta às origens
Hoje, o parkour segue trilhando uma linha tênue entre o esporte e a arte, entre a competição e o autoconhecimento. Enquanto parte da comunidade segue fiel à filosofia original de liberdade e resistência ao sistema, outra parte aposta na profissionalização e no reconhecimento olímpico como formas de levar o parkour a novos público. Independentemente do caminho, a essência permanece: o corpo como ponte entre o ser humano e o mundo, e o movimento como forma de liberdade e expressão.