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  • Caso Jade Barbosa traz à tona divergências


    Após um ano afastada da ginástica devido a lesão no punho direito,Jade Barbosa voltou a treinar e foi convocada para a seleção brasileira permanente.Porém,este retorno ao grupo pode render velhas lembranças não muito agradáveis para a atleta,entre elas a necessidade de tomar uma quantidade excessiva de remédios por dia,a proibição de beber água e a divergência de opiniões sobre contratos de patrocínio.
    As discussões com a Confederação Brasileira de Ginástica(CBG) sobre a lesão de Jade já são conhecidas.Mas a atleta,que ficou em 10° lugar geral nas Olimpíadas de Pequim e veste o uniforme do Flamengo,também relatou problemas com a entidade em relação a cotas de patrocínio.Segunda ela e seu pai,César Barbosa,eles recebiam uma ajuda de custo de apenas R$ 350 e o resto em propaganda.No entanto,a reportagem do programa “Esporte Espetacular”,da TV Globo,teve acesso ao contrato de “Atleta de Alto Rendimento”,da CBG,que a menina assinou e o valor repassado era de R$ 6.500 por mês, pelo menos.Medalhas em Copa do Mundo também rendiam premiações de até R$ 3.500.Além disso,Jade recusou o contrato de patrocínio individual,o mesmo oferecido a Daine dos Santos,Diego Hypolito e Daniele Hypolito.
    -Nenhum atleta da ginástica recebia o que foi oferecido naquele momento e,juntando o patrocínio individual com o da seleção,eu considero um valor bastante alto.Mas a Jade tem um valor e eu tenho outro.Cada atleta é um–disse Diego,colega de Jade no Flamengo.
    Além de discordar dos valores de patrocínio oferecidos pela CBG,Jade também teve problemas com a comissão técnica da seleção e com o médico Mario Namba,que,segundo ela,a obrigava a tomar quantidades excessivas de remédio e a proibia de beber água.
    -A gente recebia uma cartela com dois.Eu tomava um de manhã e outro à tarde,e se a competição fosse à noite,eu tomava mais um.Eles iam com a gente no refeitório para não beber água,fechava o registro do quarto–acusa Jade.
    Companheira de quarto de Jade em Pequim,Ethiene Franco confirma que a colega de seleção tomava os remédios,mas diz que a decisão era dela.
    -Eu também fiz isso.Tomei remédio a mais no dia da competição porque estava com dor.E ela também tomava remédio a mais,mas não foi o médico que recomendou.Ela tomou por conta própria–afirmou Ethiene.
    Ginasta mais experiente da seleção,Daiane dos Santos lembra que cada atleta tinha sua quantidade de remédios por dia,mas muitas iam comprar por fora.
    -A gente tem um livro que diz o que pode tomar e o que não pode.Ele(Mario) dava um anti-inflamatório para gente.Trabalhamos muito com amostra grátis,então ele corta e dá.Mas muitas vezes a gente ia na farmácia e comprava.Sobre a água,eu falava que precisava tomar e pronto.Mas eles não gostavam muito mesmo que a gente tomasse toda hora–contou.
    Jade não poderá disputar o Mundial de Londres,em outubro,porque ainda sente muitas dores da lesão no punho direito.Porém,na época das Olimpíadas,a ginasta contou que teve de forçar o treinamento porque queria disputar os Jogos.
    -É uma ditadura lá na CBG,na verdade nenhum atleta tem muito direito de falar.Então,ou você aceita aquilo para estar ali ou não.Tem outras pessoas que querem entrar no seu lugar.Como eu tinha um objetivo muito grande,queria ir para as Olimpíadas,eu me submeti a várias coisas–disse Jade em entrevista ao programa “Altas Horas”,da TV Globo,em março.
    Ex-supervisora da seleção,Eliane Martins nega que houve negligência com relação ao estado físico da atleta.
    -A Irina(Ilyaschenko,técnica) perguntava todos os dias para a Jade como estava o punho dela e ela dizia que ‘estava bom,hoje está melhor,só um pouquinho de dor’.A gente sabe que a dor é uma coisa muito subjetiva,mas é o atleta que tem de dar esse feedback para o médico,para os técnicos.Será que ela não reclamava para a gente e reclamou para o pai?E se falou,ele poderia ter nos ligado e dito que ela estava com muita dor–disse Eliane.
    Técnica de Jade na seleção,Irina também negou a acusação de que as atletas não podiam beber água.
    -É mentira.Eu não controlava quanto ela tomava água.No almoço,cada menina sempre saía com uma garrafa–afirmou a técnica,acrescentando que não toma mais do que meio litro de água por dia,mas “também não fica suando tanto”.

    Fonte:Gymblog Brasil
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