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  • Mosiah Rodrigues: Nome mundialmente conhecido pela Ginástica Artística concede entrevista à UGF



    Um dos maiores atletas do país. Nome reconhecido na Ginástica Artística mundial. Dono da melhor posição de um ginasta brasileiro em Olimpíadas, conquistado em 2004 na Grécia, Mosiah Rodrigues também é aluno da Gama Filho, e em entrevista exclusiva ao nosso site, ele nos fala do início da carreira, dos desafios de ser ginasta no Brasil e dos planos futuros envolvendo a pós graduação em Administração e Marketing Esportivo.

    Leia abaixo, na íntegra:

    UGF
    : Mosiah, você já declarou que o incentivo para a prática de Ginástica Olímpica partiu do seu professor de capoeira na época, por quê?

    Foi ele, o Tio Claiton, na época que detectou em mim um possível atleta. Durante as aulas de capoeira ele percebeu minha facilidade para executar alguns movimentos semelhantes aos da ginástica. Percebendo isso, pediu autorização para minha mãe e me levou até o clube Grêmio Náutico União (GNU), fiz alguns testes no clube e fui aceito para as equipes de base. Na época eu tinha 7 anos.

    UGF: Por causa dessa opção de esporte, você já sofreu algum tipo de preconceito, bulliyng?

    Acredito que isso exista em todas as modalidades, mas não me lembro de nenhum episódio ocorrido nesse sentido.

    UGF: Desde então, quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou para se tornar o medalhista que é hoje?

    São diversas as dificuldades que encontramos durante a carreira. Acredito que as mais comentadas como a falta de patrocínio, lesões, ter como prioridade o treinamento diário em busca de objetivos dentro do esporte, abdicar de atividades sociais enfim...o cotidiano é desgastante, e precisamos estar sempre motivados em busca da medalha.

    UGF
    : O que você acha que poderia ser feito para incentivar o atleta da Ginástica no Brasil? Qual o tipo de apoio que deveria existir e quem poderia fornecer esse apoio, o governo, a iniciativa privada?

    Eu defendo que o apoio deveria ser uma união entre clube "iniciativa privada" e governo.

    Os clubes sociais no Brasil possuem suas limitações, porém, são eles que oferecem toda a estrutura para o fomento dos principais atletas Olímpicos do país.

    Já a iniciativa privada usa o esporte, através de ações de marketing, como uma ferramenta importante na divulgação e fixação da marca no mercado.

    O esporte é formador de caráter, um meio de inclusão social, funciona dentro de regras pré-estabelecidas, não faz diferença entre cor, raça ou crença. O esporte não forma somente atletas, mas cidadãos, e é ai que entra o governo e a importância de recursos públicos para desenvolver o esporte brasileiro.

    UGF: Como você acha que a Ginástica poderia encontrar patrocinadores?

    Patrocínio vem com a popularização da modalidade, com tornar a modalidade conhecida. Isso acontece depois de resultados expressivos. Felizmente isso vem acontecendo na ginástica artística brasileira, nossa modalidade conquistou espaço e respeito internacionalmente pelos resultados obtidos nos últimos anos.

    Profissionalizar e capacitar pessoas visando a captação de novos recursos e apoiadores para a modalidade ainda é uma ação em andamento e acredito ser este o caminho para a conquista de novos patrocinadores.

    UGF: Qual foi a sua maior conquista como atleta? E até onde você quer chegar?

    Tenho 5 medalhas em Jogos Panamericanos , 5 medalhas em copas do mundo, sou recordista de medalhas em Jogos Sul-americanos , fui vice campeão na barra fixa nos jogos mundiais Universitários (Universíade) entre outras conquistas nacionais e internacionais.

    Mas considero como minha maior conquista a vaga Olímpica e minha participação nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. Fui o único brasileiro classificado e tenho até hoje o melhor resultado conquistado por um ginasta masculino em Jogos Olímpicos. Fui 33º no individual geral.

    UGF: Você pretende participar das Olimpíadas no Brasil?

    Sim, mas acredito que não mais como atleta. Ginástica é um esporte bastante exigente e normalmente iniciado ainda na infância. Tenho pouco mais de 20 anos praticando e vivendo a modalidade, sendo que nos últimos 13 anos no alto rendimento, de modo que já tenho um tempo considerável de ginásio e vou buscar trabalhar e participar dos Jogos do Brasil de outras maneiras.

    UGF: Agora, mudando o foco da sua carreira de ginasta, para sua especialização: você é graduado em Educação Física , e agora vai ingressar em uma pós-graduação. Qual a importância desse curso pra você? Vai interferir na sua carreira, ou é para um futuro projeto pessoal seu?

    Não terá influencia direta na minha carreira como atleta, mas tudo que envolve o esporte sempre me chamou a atenção como: os grandes eventos esportivos e a gestão de carreiras esportivas. Acredito que o profissional de Ed. Física, principalmente aquele que trabalha com alto rendimento em modalidades olímpicas, necessita ter uma visão mais empreendedora e profissional no que diz respeito à administração do esporte no Brasil, ou mais especificamente, do local e modalidade em que está envolvido; afinal de contas, estamos falando de um país que será sede dos Jogos Olímpicos em 2016.

    UGF: Se for pela sua carreira, ou pelo esporte, o que você pretende conquistar ao término da pós? O que você espera obter com a pós em Administração e Marketing Esportivo?

    Espero obter mais conhecimento e novas técnicas para desenvolver um trabalho de qualidade na área da administração esportiva. Sempre tive vontade de atuar na administração, mas nunca quis me distanciar do esporte. O curso me chamou a atenção justamente por unir estas diferentes áreas. Acredito que este curso possa me dar suporte para alinhar e colocar em prática algumas idéias com relação ao marketing e projetos esportivos.

    UGF: Como você chegou a conclusão de que ia fazer este curso? E por que você optou por escolher a Gama Filho?

    Já pensava em fazer este curso antes mesmo de me formar. Conheço algumas pessoas da minha área que são ou foram alunos da pós da UGF, e sempre me recomendaram a instituição como sendo séria e de qualidade.

    O Evandro Bier, que é coordenador da UGF na região de Porto Alegre, é um amigo e profissional que eu admiro. Já trabalhamos juntos no Grêmio Náutico União e auxiliou-me na coleta de dados durante meu TCC.

    UGF: Como você fará para conciliar a rotina de treinos e competições com os estudos?

    Ainda estou estudando essa questão. Estava no Campeonato Mundial - no Japão - na data do primeiro encontro. Acredito que terei de assistir aula em outro Estado , mas o certo é que vou correr atrás dos conteúdos e tentar estudar durante os eventos que participarei, fora do país, com a seleção brasileira de ginástica.

    Fonte: http://www.posugf.com.br/noticias/todas/1054-entrevista-especial-com-o-aluno-mosiah-rodrigues
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