-->
  • Jogos de Tóquio: primeiro dia de finais por aparelhos


    No pódio com mais uma medalha - dessa vez de ouro -, Rebeca Andrade é campeã olímpica de salto sobre a mesa. Não dá para iniciar a análise das finais de outra maneira que não seja enaltecendo a ginasta e admirando os feitos históricos dela, tanto na ginástica como no esporte brasileiro.

    Com a prata, Rebeca consagrou-se a primeira ginasta a conquistar uma medalha olímpica feminina para o Brasil. Hoje, com o ouro, ela se tornou a primeira ginasta a conquistar um ouro olímpico para o Brasil. Além disso, se tornou a primeira mulher a conquistar duas medalhas olímpicas em uma mesma edição dos Jogos. Não satisfeita com os feitos, por ter sido ouro e prata (até agora) fica em primeiro lugar no quesito de importância: além de ser a única mulher, ela é a melhor condecorada, ficando à frente do nadador César Cielo que foi ouro e bronze numa mesma edição dos Jogos. É a primeira da lista!

    A ginástica é um dos esportes mais difíceis mas que, ao mesmo tempo, dá muitas oportunidades de medalhas para o país, mesmo com apenas um ginasta. Uma delegação de sete atletas brasileiros conquistou oito finais olímpicas. Quatro já foram disputadas e duas medalhas já foram conquistadas. Ainda faltam quatro finais e quatro oportunidades de pódio. Vamos torcer!

    MASCULINO

    Solo

    1. Artem Dolgopyat (ISR)
    2. Rayderley Zapata (ESP)
    3. Xiao Ruoteng (CHN)

    Depois de algumas medalhas mundiais, o favorito acabou levando o ouro, finalizando um ciclo de sucesso. Zapata era a única e maior chance de medalha da Espanha. Classificado individualmente, conseguiu um grande feito para si e para seu país, algo que pode ajudar a alavancar a Espanha em muitos aspectos e colocá-la de volta às finais com mais frequência. Ruoteng abraçou sua única chance nas finais por aparelhos, conseguindo uma série cravada enquanto os favoritos erraram. Entre eles Nikita Nagornyy (ROC), que quase teve uma queda no triplo carpado e ficou fora do pódio.

    Feitos históricos: essa é a primeira medalha olímpica de Israel!

    Cavalo com alças

    1. Max Whitlock (GBR)
    2. Le Chih Kai (TPE)
    3. Kazuma Kaya (JPN)

    Whitlock consagrou-se bicampeão olímpico de cavalo com alças. Grande feito! Muito respeito por esse ginasta, que tem uma série muito difícil e que ainda não tinha sido completamente cravada nos Jogos. Alguns já tinham desacreditado do ouro, mas a experiência do ginasta falou mais alto. O ginasta taipei veio também de uma série ruim executada na final individual geral, mas sua performance hoje foi brilhante, rendendo 8.7 de execução. Kaya volta ao pódio depois de um longo tempo fora, trazendo uma medalha das três únicas chances que o país tem nas finais.

    Feitos históricos:

    - essa é a primeira vez que um ginasta é bicampeão olímpico de cavalo com alças desde 1980;

    - essa é a primeira medalha olímpica para a ginástica do Taipei.

    FEMININO

    Salto

    1. Rebeca Andrade (BRA)
    2. MyKayla Skinner (USA)
    3. Yeo Seojeong (KOR)

    Final emocionante para todas as ginastas no pódio. Skinner abriu fazendo o melhor que podia, garantindo sua medalha olímpica e terminando a carreira como sempre sonhou. Sua história de superação dá um livro! Rebeca dessa vez não fez os melhores saltos, dando espaço para Jade Carey (USA) conquistar o ouro, mas que acabou tendo um erro terrível refugando o salto. Seojeong foi brilhante em seu primeiro salto, que inclusive leva seu nome, tendo a maior nota da final (15.300) que lhe garantiu o bronze. Alexa Moreno (MEX) merece ser mencionada por ter feito os melhores saltos da vida!

    Fatos históricos:

    - primeiro ouro olímpico feminino do Brasil;

    - primeira medalha olímpica feminina da Coréia do Sul;

    - das oito finalistas, cinco são das Américas. Temos pernas fortes? Que sirva de inspiração para novas gerações.

    Barras assimétricas

    1. Nina Derwael (BEL)
    2. Anastasiia Iliankova (ROC)
    3. Sunisa Lee (USA)

    Sunisa abriu a final de barras sem apresentar uma série que correspondesse ao duelo esperado com Nina. Não conseguiu as ligações e era provável que nem no pódio estivesse. Erros e mais erros das adversárias acabaram por deixá-la com o bronze. Com o status de bicampeã mundial Nina foi excelente em sua série e ficou com o esperado ouro, deixando Iliankova, que também teve erros, com a prata.

    Fatos históricos:

    - primeira medalha olímpica feminina da Bélgica;

    - primeira medalha olímpica da Bélgica desde 1920.

    Os feitos de cada país geram um efeito cascata na valorização do nosso esporte. No Brasil são mais verbas direcionadas dentro do COB para a ginástica; maior visibilidade para os atletas e o esporte na mídia; maior procura nas academias particulares; maior procura nas prefeituras; mais descoberta de talentos; mais patrocínios para a CBG e mais respeito pelos nossos atletas no cenário internacional, isso inclui a arbitragem e a própria FIG. Com esse pensamento, segue a nossa torcida para os demais brasileiros que ainda competem em Tóquio: Caio Souza no salto, Rebeca no solo, Arthur Zanetti nas argolas e Flávia Saraiva na trave.

    Resultados completos aqui.

    Texto de Cedrick Willian
    Foto: British Gymnastics

  • You might also like

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário