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  • Cheia de reviravoltas, final por equipes masculina tem final dramático


    O mundo assistiu mais uma final por equipes disputadíssima da ginástica masculina no Mundial de Liverpool. Com vários erros das outras equipes e o Brasil liderando até final da 4ª rotação, chegamos a sonhar que uma medalha era possível. Não só o Brasil: muita equipe sonhou com esse resultado durante toda a final, que teve os chineses coroados campeões mundiais mais uma vez.

    O Brasil chegou no seu limite quando falamos sobre o que a equipe tem a oferecer no cavalo com alças. Passar para o próximo nível é impossível com a equipe sobrevivendo das boas notas de salto, solo e barra fixa. Argolas e paralela ainda temos uma média, mas o cavalo com alças, quando não é um desastre, somamos muito pouco comparado aos outros países finalistas. Isso é assunto internacional sobre nossa GAM! É o momento de parar e avaliar a possibilidade de consultoria com um especialista estrangeiro.

    A equipe chinesa redimiu da classificatória ruim enquanto o Japão entregou o ouro com erros dos melhores especialistas de barra fixa (Hashimoto) e cavalo com alças (Tanigawa). A Grã-Bretanha, que podia crescer com os erros dos seus grandes adversários, competiu desastrosamente no aparelho onde tem mais tradição: mais o cavalo com alças, que devia estar dando coices hoje, porque não é possível.

    Estados Unidos também perdeu a sua maior nota nesse aparelho, com seu melhor especialista Stephen Nedoroscik. A única nota que poderia passar de 15 pontos se tornou um 12.966. Espanha e Coréia competiram com erros mais "espalhados", mas o cavalo com alças continuou sendo o grande vilão.

    Mas o drama maior do cavalo ficou para o final, com o desfecho da Itália. Com chances de reais de uma medalha (inédita?) nessa final, lutaram constantemente em todos os aparelhos, até o último, até a última série, quando Yumin Abbadini teve uma queda feia na saída, que talvez nem tenha sido validada. A emoção e torcida de toda a equipe foi ao mesmo tempo linda e triste de se ver.

    Dá pra ter a noção de como os especialistas são importantes numa final por equipes masculina, quando você confere que apenas 10% dos competidores da final competiram em todos os aparelhos. Caio Souza, Joel Plata (ESP), Zhang Boheng (CHN) e Brody Malone (USA). Essa é a chance de pensar em trabalhar um especialista que entregue um bom cavalo com alças, solo e paralela, talvez? Fica aqui uma questão.

    Amanhã é dia de Rebeca Andrade no individual geral. Na final por equipes de ontem, mesmo com queda, somou 56.698, suficiente para ser ouro mesmo com todas as outras acertando. Não é bom contar com isso, mas é bom saber o nível de ginástica que ela se encontra. Vamos torcer muito para esse resultado incrível e inédito, mas a verdade é que ela só precisa subir no pódio e fazer suas séries sem grandes problemas.

    Resultados completos.

    Post de Cedrick Willian
    Foto: Simone Ferraro

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