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  • Fora das Copas, o sonho de Sunisa homologar seu elemento se distancia


    A sensação de ter na manga algo novo para apresentar e não poder batizar isto em seu nome deve ser uma grande frustração na vida de um atleta. É este o drama que está vivendo a ginasta americana Sunisa Lee, que vem treinando um novo movimento nas barras paralelas, mas tem visto a oportunidade de homologa-lo fugindo de suas mãos. 

    Ainda que Sunisa esteja demonstrando interesse de apresentar este movimento novo, que seria nomeado como Lee, a confederação americana não está concedendo a ela a oportunidade para tal. A atleta declarou publicamente que gostaria de competir a próxima etapa de uma Copa do Mundo, que será em Baku, no Azerbaijão, entre os dias 7 e 10 de março, mas seus superiores já deixaram claro que ela não irá viajar. 

    Sem este aval, a atual campeã olímpica de individual geral não poderá seguir com o sonho de homologar o elemento. Aliás, trata-se de um full-twisting Jaeger, ou um Jaeger com uma pirueta. Durante o Winter Cup, a americana tentou executar o movimento e falhou. Mesmo que acertasse, essa competição não serve como oficial para homologação.

    A propósito, o que podemos esperar desta atleta antes que aconteça os "trials" para Paris?

    As Copas do Mundo, pensando em resultados e em estratégia olímpica, não agregam nada para os Estados Unidos. O país não concorre a uma vaga extra para os Jogos e a adesão de ginastas importantes nas Copas é muito baixa, inexistindo uma grande concorrência. Não há outro argumento válido para a participação de Sunisa Lee que não seja homologar seu elemento, e isso é algo que se refere diretamente a ela.

    Já no Trofeo Jesolo, a história muda. A tradicional competição conta sempre com participações importantes e sua maior característica é a disputa por equipes. Nesse cenário, a participação de Sunisa pode ser um extra aos Estados Unidos. Pensando numa equipe olímpica, as melhores all-arounders americanas - e que dificilmente estarão fora da equipe de Paris - tem a série de barras relativamente fraca. Estrategicamente é nesse lugar que Sunisa se coloca, como a principal "barrista" americana hoje. E que ainda entrega boas séries (ou pelo menos entregava) nos outros aparelhos, especialmente na trave de equilíbrio.

    Não vai me surpreender se a equipe americana para Jesolo for divulgada e o nome da Sunisa estiver lá. É muito mais jogo testar ela dentro de uma equipe do que levar ela para as Copas do Mundo "apenas" para homologar um elemento. 

    Válido lembrar que as oportunidades da campeã diminuem caso ela não concorra de fato em Baku, ou em Doha, que é a Copa seguinte. Talvez restringindo-se a apenas os Jogos Olímpicos de Paris, o qual terá uma lista acirrada de americanas buscando a participação, não é certeza absoluta que ela faça parte da equipe e o elemento novo fique para o próximo ciclo olímpico... se ela continuar treinando.

    Texto de Cedrick Willian
    Revisão de Ícaro Ambrósio
    Foto: Reprodução/Instagram

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