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  • CBG pode retomar seleção permanente


    A "liberdade" conseguida pelas ginastas de elite do Brasil com o fim da seleção permanente pode estar com os dias contados.A Confederação Brasileira de Ginástica(CBG) já estuda um plano para retomar a concentração de atletas caso a nova política,de liberar as ginastas para os clubes,não traga os mesmos resultados obtidos durante a era Oleg Ostapenko.Mesmo que isso vá contra a vontade das estrelas da modalidade.
    Sob o comando do técnico ucraniano nos dois últimos ciclos olímpicos,a equipe conquistou o melhor resultado da história nos Jogos Olímpicos(oitavo lugar em Pequim) e no Mundial(quinto lugar em 2007,na Dinamarca),além de Daiane dos Santos se sagrar campeã mundial de solo(2003,nos EUA),entre outras conquistas.Por conta disso,a nova coordenadora da equipe,Georgette Vidor,não descarta o retorno do time permanente.
    "Estamos fazendo uma experiência.A seleção permanente funcionou muito bem durante muito tempo,mas foi um sistema que se esgotou ao longo dos anos.Estamos testando uma coisa nova.Mas,se percebemos que os resultados não estão aparecendo,voltamos a concentrar as atletas",afirmou a coordenadora.Porém,no caso da retomada do time fixo,a ginástica artística não teria casa definida.
    "A princípio,o centro de treinamento mais completo que temos é o de Curitiba.Mas a sede da CBG está de mudança para Aracajú e eu estou no Rio.Nossa intenção é espalhar centros de treinamento pelo país para disseminar a modalidade.Então,essa é uma questão para ser pensada no futuro.E só se viermos realmente optar pelo retorno da seleção permanente",completou Georgette.O plano da confederação,atualmente,é reunir o grupo apenas em períodos de estágio antes de competições,o que ainda não ocorreu.
    A seleção permanente de ginástica artística feminina começou em 2001,na mesma ocasião em que a CBG trouxe para o Brasil o técnico ucraniano Oleg Ostapenko para preparar as brasileiras para os Jogos de Atenas,em 2004.O Brasil chegou à Grécia com Daiane dos Santos favorita à medalha de ouro no solo.No entanto,a ginasta cometeu uma falha e acabou fora do pódio.
    O time fixo,bem como Ostapenko,foi mantido para o ciclo olímpico terminado em Pequim-08.Mas o regime de concentração nos últimos quatro anos foi recheado de polêmicas.Se antes era apenas Daniele Hypólito que se rebelava contra a seleção e se refugiava no Flamengo,outras atletas começaram a se cansar da permanência em Curitiba,da rigidez dos treinamentos e dos supostos maus-tratos.
    Assim,o último ciclo olímpico foi marcado por deserções.Em 2005,17 ginastas foram convidadas a integrar o grupo permanente após seletiva.Em quatro anos,entretanto,nada menos que oito delas decidiram abandonar a capital paranaense.Os casos mais emblemáticos foram os de Camila Comim,que decidiu seguir o Cirque du Soleil,e Maíra Silva,que deixou o time acusando a ex-coordenadora Eliane Martins de humilhações,reclamando ter sido ofendida por Oleg e afirmando que a cúpula da entidade escondeu de sua família a gravidade de uma lesão que a tirou da ginástica.
    Outra clássica reclamação das atletas era o rígido controle de pesagem mesmo em períodos em que não precisavam estar competindo em alto nível.Sem revelar suas identidades,algumas chegaram a dizer à reportagem que passavam fome e,para driblar a dieta imposta pela entidade,chegavam a esconder comida debaixo da cama ou em armários.
    Jade Barbosa,por exemplo,afirma que até mesmo água lhe era negada durante os treinos.Com um spray,ela apenas borrifava água nos lábios para despistar a sede.A proibição,segundo ela,culminou em uma pedra nos rins.Só depois disso,ela,por determinação médica,passou a ingerir 1,5 litro de água por dia."E mesmo assim eu tinha de ouvir piadinhas como:'lá vai a Jade tomar aguinha'",disse a atleta na ocasião.
    Por hora,as ginastas que se opõe ao retorno da seleção permanente não têm motivos para se preocupar.Na estreia da nova seleção definida em seletiva realizada em meados de fevereiro,a equipe brasileira foi segunda colocada no Troféu Cidade de Jesolo,na Itália.Na mesma competição Bruna Leal foi bronze no individual geral.Já na Copa do Mundo de Cottbus,na Alemanha,Ethiene Franco levou bronze nas paralelas.

    Fonte:Gymblog Brasil
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