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  • Ex-coordenadora da seleção afirma que meninas terão dificuldades de classificação para Londres-2012: ‘A nova geração não tem quase nada’


    A suspensão de apenas cinco meses foi um alento. Georgette Vidor temia que a negligência de Daiane dos Santos com relação ao uso de furosemida num tratamento estético pudesse chegar a dois anos de gancho e a levasse a encerrar a carreira. O que implicaria num custo alto não somente para ela, mas também para suas companheiras de equipe que terão de unir talentos para conseguir classificar o Brasil nas Olimpíadas de Londres-2012. Caminho que a ex-coordenadora da seleção acredita ser bem complicado. Ao contrário do ciclo olímpico passado, apenas oito vagas estarão em jogo durante o Mundial Pré-Olímpico de 2011 e não mais 12. As outras quatro sairão numa repescagem no ano dos Jogos. A dificuldade que prevê para a ginástica feminina não é a mesma para a masculina. Georgette diz que o grupo que vem surgindo é muito bom.

    - A nova geração não tem quase nada. Foi deixado um buraco absurdo. A Bruna Leal é muito boa, e importantíssima, mas não carrega uma equipe sozinha. É imprescindível que a Jade Barbosa volte. Ela está motivada e querendo fazer deste o ano dela. Foi magnífica a passagem do Oleg Ostapenko, ele faz falta, mas o legado acabou sendo terrível porque as ginastas estão quebradas e temos uma quantidade contada nos dedos. A Daiane me parece que está com a corda toda e acho que vai dar tempo de ela voltar bem. A Laís Souza eu não fiquei sabendo como está a recuperação. As mais velhas estão dando um caldo ainda. Só que, para classificar o Brasil, vamos precisar das mais experientes entre as cinco primeiras em seus aparelhos. Vai ter que ser um ano de descobertas - disse.

    E de reestruturação também. No dia 20 de dezembro, Georgette pediu para deixar o cargo. As meninas não queriam mais ficar na seleção permanente no Centro de Treinamento de Curitiba. Além desse problema, ela não desejava mais viajar por longos períodos, o que a impedia de dar conta de suas outras atribuições. Mas sua preocupação maior foi não conseguir as respostas que esperava durante o período que esteve na função. Apesar de desligada temporariamente, ela segue auxiliando a CBG nos bastidores. Ao lado da presidente da entidade, Luciene Resende, a ex-coordenadora participou da elaboração do projeto que visa às Olimpíadas do Rio-2016.

    - Eu queria fazer um CT no Rio, o que é algo desesperador para sair. Estamos tentando arranjar um espaço com o prefeito. Vou dar suporte à Confederação até conseguir resolver essa questão. Se a CBG não conseguir, poderá utilizar o ginásio do Flamengo, que conta com mais três meninas da seleção: Ana Cláudia Silva, Khiuani Dias e Janaína Silva, a melhor juvenil do país. Temos uma boa geração para 2016, mas precisamos começar a trabalhar se quisermos resultados dentro de casa porque estamos atrasados.

    A ideia é trazer técnicos estrangeiros que possam auxiliar não só no treinamento dos atletas, mas na transmissão de conhecimento para os treinadores nacionais. No momento, a CBG negocia com dois chineses para integrarem a seleção feminina. Também está programado para o fim de julho, no Rio, um meeting com a participação de Brasil, Inglaterra, Itália e Espanha para observar como está o nível das meninas.

    - A Confederação quer fazer um staff de treinadores, que irá aos locais onde estão os atletas de seleção. Eles vão trazer novos conhecimentos e injetar motivação nos técnicos brasileiros. Precisamos nos aproximar um pouco do que está acontecendo no mundo. Hoje não tem mais o Bela Karolyi (famoso treinador romeno que comandou Nadia Comaneci) à frente da ginástica de um país. São equipes formadas por profissionais de várias partes do mundo. O CT de Curitiba é bom, mas é o único local de treinamento e já conta com a Irina Ilyashenko (ucraniana que fez parte da equipe de Oleg Ostapenko) no comando. Nos temos poucos treinadores de excelência. Precisamos de uma fábrica de atletas e de técnicos. Mas tudo vai depender da verba. Por enquanto, a CBG trabalha com o orçamento do ano passado. Precisamos dar estrutura para esses ginastas.

    Fonte: globo.com/globoesporte
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    Um comentário:

    1. Neste caso concordo plenamente com ela, esta geração não tem quase nada.DEMOROU pra arrumar um Chinês....kkk e demorou para montar CT no Rio, muita "politicagem"
      Só que na China o trabalho é escravo e as crianças pertencem ao Estado e as brasileiras não estão acostumadas com rigidez ,mais acho que vai melhorar 200% pra 2016

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