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  • O que a ginástica reserva para 2016? - Parte 7


    ITÁLIA

    Desiree Carofíglio

    Talvez a maior surpresa da base italiana nos últimos anos, Desiree Carofiglio chega à categoria adulta como possível integrante da seleção que competirá internacionalmente nos próximos meses. A Itália teve o auge de sua renovação no ciclo em 2014, quando um grupo numeroso de meninas passou a fortalecer a equipe, que há anos se mantém entre as 8 melhores do mundo. Entretanto, nos anos seguintes, o nível e a quantidade de ginastas juvenis do país tiveram uma queda considerável, e apenas Carofiglio e Sofia Busato estreiam como seniores no ano olímpico com alguma chance de chegar a disputar os Jogos do Rio. Desiree é uma atleta forte fisicamente e versátil, tendo nas barras (Ricna + Pak, Stalder 1/1, Maloney + shootover, duplo frontal) e no solo (duplos carpado e grupado pra frente) seus pontos fortes, além de ser bastante eficiente no salto (Yurchenko com pirueta e meia). Afastada das grandes competições desde o Europeu de Sofia, na Bulgária, esteve presente na temporada passada em eventos sub 15 de pouca repercussão, além de participações discretas em etapas da série A italiana.



    Vanessa Ferrari

    Lesionada às vésperas do Mundial de Glasgow, teve uma participação discreta apenas nas classificatórias, onde suas notas realmente eram necessárias. Competindo apenas para ajudar a equipe e sem nenhuma intenção de final ou medalhas, teve suas notas contadas nos 4 aparelhos. Desde quando foi campeã mundial em 2006, ano em que integrou a equipe adulta, se manteve na equipe durante todos esses anos entre as ginastas principais, sendo por vezes a única chance de medalha individual da Itália. Foi finalista olímpica no solo em 2012 e, além do ouro obtido no Mundial de 2006, conseguiu algumas outras medalhas individuais em Mundiais. Atualmente trabalhando em sua recuperação completa, tanto física quanto relacionada às séries e exercícios, espera-se que Ferrari chegue em sua 3ª Olimpíada com chances de medalhas mais uma vez, além de ser completamente necessária para que a Itália possa ter mais uma chance de competir em uma final olímpica por equipes. Confira abaixo uma das melhores séries de solo de Ferrari no ano passado.



    Carlotta Ferlito

    Finalista de trave no Mundial de 2013, passou a maior parte de 2014 afastada por problemas de saúde (febre glandular) e lesões. Nesse ano competiu apenas na American Cup e na Golden League para ajudar sua equipe. Retornou em 2015 talvez numa das melhores fases da sua carreira: em março, competiu no Trofeo Cittá di Jesolo e ficou com o bronze na trave. Mais tarde, no Campeonato Europeu, Ficou em 13º no individual geral e por pouquíssimo não entrou na final de trave, sendo a primeira reserva do aparelho. No Mundial mostrou grande potencial: apresentou upgrades nas suas séries e esteve muito segura em todos os aparelhos, sendo a melhor trave da Itália. Competiu perfeitamente na final por equipes, pontuando acima de 14 nos três aparelhos que se apresentou: salto, trave e solo. Pelo critério de desempate, acabou fora da desastrosa final de trave, onde facilmente poderia ter saído com uma medalha. Teve a 3ª melhor nota nesse aparelho na final do individual geral, pontuando 14.441. Depois de um Mundial muito seguro e com uma melhora crescente nesse ciclo, sem dúvidas Ferlito será uma das forças que irá compor a equipe italiana nos Jogos do Rio.



    Erika Fasana

    Talvez a ginasta mais potente da equipe, foi finalista de solo no Mundial de 2014 e teve um ótimo ano em 2015. Começou o sucesso na American Cup, quando terminou em 3º lugar no individual geral e apresentou grande melhora nas barras assimétricas. Em Jesolo, terminou em 2º na final de solo, pontuando 14.900 e ficando atrás apenas de Simone Biles. Chegou ao Muundial de Glasgow muito bem e, nas classificatórias, pontuou a única nota acima de 15 da Itália, um 15.058 para seu yurchenko com dupla pirueta no salto. Ainda teve um 13.766 nas assimétricas e com 14.466 se classificou para a final de solo, sendo a única italiana a se classificar para as finais por aparelhos. Entretanto, durante o aquecimento para a final por equipes, sofreu uma lesão no cotovelo e não competiu barras assimétricas, mas contribuiu com um 14.800 no salto e um 14.500 no solo. Para a final de solo a ginasta foi poupada e não competiu, o que acabou sendo uma sábia decisão: preservar a saúde de uma ginasta que provavelmente contribuirá com as melhores notas para a equipe esse ano, além de representar o país em uma final olímpica.



    Elisa Meneghini

    Meneghini é uma ginasta relativamente consistente, e que apresenta uma força maior no solo e na trave de equilíbrio. Sua série de solo é iniciada com um ótimo duplo mortal esticado, e é seguida por outras três diagonais com duplo mortal, elementos que exigem explosão, algo que essa ginasta tem de sobra. Com todos os elementos de dança considerados, sua nota de dificuldade alcança um 5.700, que consistentemente rende uma nota na casa dos 14 pontos. De 2015 pra 2016, Elisa apresentou alguns consideráveis upgrades em sua prova de trave, que agora conta com uma ousada sequência de rondante + mortal esticado com pirueta, alcançando um 6.300 de dificuldade em potencial. Existe ainda a possibilidade de outra sequência complicada sair dos treinos: uma estrela sem mãos ligada diretamente ao mortal layout, que aumentaria dois décimos na nota D. No entanto, a falta de consistência nesse aparelho é um grande problema. Seu salto é um potente Yurchenko com pirueta e meia (o melhor da equipe), que pode ter meia pirueta acrescentada caso a ginasta consiga tirar o DTY dos treinos. As barras assimétricas já foi um dos aparelhos mais fortes de Elisa, mas atualmente carece de dificuldade (um exercício de apenas 5.500 de D), além ter vários problemas de execução.


    Martina Rizelli 

    Simplesmente a melhor 'barrista' da equipe. Sua série já começa com uma complicadíssima sequência de ricna (a largada tkachev vindo do stalder) seguido diretamente por um Pak, conexão que bonifica em dois décimos. A prova tem uma nota de 6.000 de dificuldade e apresenta a melhor postura corporal entre todas as ginastas italianas da atualidade. Essa série pode ficar ainda mais forte, caso a ginasta consiga tirar a saída de duplo com dupla grupado dos treinos para a competição. Diferentemente da maior parte das ginastas especialistas de barras, que costumam ter uma linha corporal mais alinhada e pouca explosão, Rizelli tem um corpo forte e também apresenta bastante explosão em sua ginástica. No solo, ela entra com um complexo duplo mortal esticado, segue a série com outras três acrobacias com duplo mortal, e alcança um 5.800 de dificuldade em potencial dependendo unicamente dos elementos de dança, já que os acrobáticos são todos incontestavelmente consideráveis. A potência se mantém no salto, onde a ginasta já se mostrou capaz de realizar um bom Yurchenko com dupla pirueta. Sua série de trave é simples (5.600 de D com tudo considerado) e não é muito eficiente.



    Post de Cedrick Willian, Stephan Nogueira e Bernardo Abdo

    Esse é o sétimo texto de 2016 da série " O que a ginástica reserva". Todo fim / começo de ano faremos postagens sobre os maiores nomes que competirão no ano seguinte. O último texto será exclusivamente escrito sobre ginastas do Brasil.

    Foto: Divulgação
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