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  • Mundial de Kitakyushu: segundo dia de finais por aparelhos


    O Brasil terminou o segundo dia de finais em Kitakyushu sem medalhas, mas com resultados consideráveis. Rebeca Andrade conseguiu um 6º lugar na trave e Caio Souza terminou em 7º lugar na paralela. Ambos os resultados são os melhores do Brasil nesses aparelhos.

    Rebeca superou o 7º lugar de Jade Barbosa na final de trave do Mundial de Stuttgart em 2007 - primeira vez do Brasil nessa final - se igualando ao resultado de Flávia Saraiva na final de 2019; Caio Souza levou o Brasil à final de paralela pela primeira vez. O ginasta acertou a série e Rebeca teve uma queda na entrada de cortada, erro que nunca cometeu em competições. Considero o erro de certa forma positivo porque, como a própria Rebeca sempre fala em entrevistas, ela é humana! Ela vai errar em vários momentos. A mídia precisa saber disso, inclusive para não construírem uma imagem imbatível dela, algo que em algum momento poderá ser decepcionante para todos. Foi isso que aconteceu com Daiane dos Santos, especialmente em 2004.

    Nas finais femininas, o Japão se deu muito bem, com Urara Ashikawa se redimindo dos Jogos Olímpicos. A ginasta conseguiu o ouro na final de trave enquanto Mai Murakami ficou com o bronze. A alemã Pauline Schaeffer conquistou mais uma medalha mundial nesse aparelho: agora tem três, uma de cada cor. A final de trave não foi das melhores: seis das nove ginastas tiveram queda.

    No solo, Murakami seguiu a conquista de Ashikawa e também ficou com o ouro. A russa Melnikova ficou com a prata e a americana Leanne Wong ficou com o bronze. Era o pódio esperado, apenas com troca de posições entre as melhores ginastas da final. 

    No masculino, Carlos Yulo representou brilhantemente as Filipinas, conquistando o ouro no salto e a prata na paralela. Talentosíssimo e treinando no Japão, pode ter um ciclo brilhante até Paris. O melhor país das finais masculinas foi a China, que conquistou o ouro na paralela e na barra fixa com o ginasta Hu Xuwei, de 24 anos, que também não foi selecionado para os Jogos de Tóquio.

    Daiki Hashimoto e Hidenobo Yonekura foram medalhistas de prata na barra fixa e salto respectivamente. Os japoneses tiveram trajetórias diferentes durante o ano: Hashimoto foi campeão olímpico de barra e Yonekura nem foi selecionado. Uchimura, que levou a vaga de especialista do Japão em Tóquio, não se classificou para a final olímpica de barra fixa, enquanto Yonekura tinha chances reais de medalhas, como provou nesse Mundial.

    Completando os pódios, o chinês Shi Cong (20 anos) foi bronze na paralela; o isralense Andrey Medvedev foi bronze no salto; o americano Brody Malone foi bronze na barra fixa. O italiano Carlo Macchini ficou em quarto lugar na barra fixa, com a mesma nota final de Malone e execução inferior.

    Analisando os resultados desse Mundial não conseguimos tirar muitas conclusões a respeito de como as competições femininas serão no ciclo, quais equipes estarão mais fortes ou não. Ao mesmo tempo, os resultados masculinos disseram muito sobre o ciclo e os próximos Jogos.

    A China surpreendeu com tantos ginastas novos e estreantes fazendo um trabalho espetacular. O país está "bem servido" para Paris 2024 e será favorito a várias medalhas, incluindo por equipes, e o mesmo acontece com o Japão. A Itália pode retornar às classificações olímpicas por equipes: basta fazer as contas e reunir os melhores ginastas para uma equipe de sucesso. A Turquia está no mesmo caminho e ambos os países podem ser uma pedra no sapato do Brasil durante esse ciclo. Os Estados Unidos estão trabalhando em seu ponto fraco - o cavalo com alças - e podem melhorar suas pontuações como equipe para resultados melhores.

    Quadro de medalhas:

    1º) China - 5 / 1 / 2 - 8 medalhas
    2º) Japão - 2 / 4 / 2  - 8 medalhas
    3º) Rússia - 1 / 2  / 1  - 4 medalhas
    3º) Itália - 1 / 2  / 1  - 4 medalhas
    5º) Estados Unidos - 1 / 1 / 3 - 5 medalhas
    6º) Brasil - 1 / 1 / x - 2 medalhas
    6º) Filipinas - 1 / 1 / x - 2 medalhas
    8º) Alemanha - x / 1 / x - 1 medalha
    9º) Ucrânia - x / x / 1 - 1 medalha
    9º) Finlândia - x / x / 1 - 1 medalha
    9º) Israel - x / x / 1 - 1 medalha

    Resultados completos.

    Texto de Cedrick Willian
    Foto: FIG

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