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  • Em final emocionante, Rússia conquista ouro depois de quase vinte anos


    Correndo atrás de cada décimo possível, numa final onde errar era inimaginável para quem quisesse conquistar uma medalha, foram conhecidos os donos do pódio individual geral masculino do Mundial de Doha. Até exatamente a ultima nota, que ainda acabou por empatar o primeiro e o segundo colocado, a tensão e ansiedade eram grandes para se conhecer o campeão mundial.

    Xiao Ruoteng defendeu seu título brilhantemente. Numa final quase impecável, cometeu erros no solo que podem ter lhe custado o centésimo que faltou no final, e foi nesse aparelho que o russo Artur Dalaloyan deu o seu recado, fazendo uma série brilhante. No final, o empate de notas mostrou que ambos estavam aptos para serem campeões, mas a ginástica preza por uma execução bem feita e, nesse quesito - que é o critério de desempate -,  Dalaloyan levou a melhor.

    Em entrevista na zona de imprensa, Dalaloyan afirmou: "Eu tinha apenas um objetivo, e era executar o meu trabalho da melhor forma possível do começo até o final sem erros. Fiquei surpreso e não tem nada mais que eu possa dizer. Estou muito feliz, me sentindo muito bem. Fiz de tudo para mostrar o meu melhor".

    O ginasta russo quebrou um hiato de quase vinte anos sem ouro no individual geral masculino para a Rússia. Com o fim da União Soviética, apenas Nikolay Krukov conseguiu o título para o país no Mundial de Tiajin em 1999. Desde então, Alexei Nemov, David Belyavskiy e Yury Ryazanov, que chegou a ser bronze em 2009, não tiveram sucesso nessa empreitada. Hoje o ouro veio e não foi sozinho: também na luta ponto a ponto, Nikita Nagornyy fez a melhor competição que podia e deixou os erros para os adversários, terminando com o bronze. Impressionante dois ginastas tão novos e com tanta consistência numa final como essa. Essa dupla ainda vai "tocar o terror" na equipe russa por um bom tempo.

    Sam Mikulak mais uma vez perde a chance de colocar no pescoço sua primeira medalha individual em mundiais. Mikulak é provavelmente o ginasta americano mais condecorado em nacionais que não possui nenhum pódio mundial. Novamente a barra fixa, onde ele é muito limpo e seguro, foi o aparelho que o deixou de fora. Dessa vez o problema foi o protetor palmar, que escorregou quando retomou a barra no tkatchev com meia volta.

    A mesma coisa aconteceu com Oleg Verniaiev. Torcer para Verniaeiv é fazer o coração sofrer. Enquanto passava pelos seus melhores aparelhos - argolas, salto e paralela -, a chance de ouro era visível. Logo após começaria sua sequência de aparelhos mais fraca - barra fixa, solo e cavalo com alças -, e já na barra fixa ele errou. Acertando as séries que viriam, tinha grandes chances de concorrer ao ouro ou, no mínimo, terminar no pódio.

    Caio Souza, com uma queda no cavalo com alças, melhorou sua posição em relação ao ano passado quando foi 15° colocado em Montreal. Terminou hoje em 13°, fazendo boas apresentações em todos os aparelhos. Caio é talentoso e com certeza pode fazer melhor do que apresentou aqui, em nota D e, principalmente, em nota E.

    Apresentações memoráveis dessa final: solo de Dalaloyan e Kenzo Shirai; cavalo com alças de Sun Wei; toda a rotação de salto do grupo 1; salto e paralela de Verniaiev; barra fixa de Dalaloyan. Assim que os vídeos saírem no canal da FIG, não deixem de procurar essas séries, vale muito a pena. Resultados completos da final de hoje: clique aqui.

    As finais continuam amanhã com o individual geral feminino. Flávia Saraiva e Jade Barbosa estarão presentes nessa final, sendo que Flávia concorre por uma excelente colocação. Fica a nossa torcida.

    Post de Cedrick Willian

    Foto: Abelardo Mendes Jr / rededoesporte.gov.br
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